O̗mo̗-oba: histórias de princesas
Na verdade, as princesas deste livro são seis divindades da mitologia iorubá: orixás, cujas histórias de seus poderes são recontadas como se fosse no tempo da infância delas.
Na verdade, as princesas deste livro são seis divindades da mitologia iorubá: orixás, cujas histórias de seus poderes são recontadas como se fosse no tempo da infância delas. Essas histórias falam dos dons especiais dessas divindades que muitas vezes levam-nas a se separar do grupo para poder vivê-los com integridade – como é o caso de Oiá e de Olocum. E também dons que precisam de um grupo para se realizarem. Por exemplo, Iemanjá de cuja boca nasce os seres do mar e outros orixás ou Oxum cuja presença tem a magia necessária para reintegrar Ogum. Outra característica importante são os limites a serem respeitados para que o dom não cause dano a si e aos outros: a intensa luz de Ajê Xalugá e as brigas de Terra (Obatalá) e Céu (Oduduá).
O modo como cada uma das histórias é contada, as cores das páginas e os elementos das matrizes africanas utilizados nas bonitas ilustrações pedem ao leitor que participe da construção dos sentidos das narrativas.
Trecho do livro:
“As abelhas, encantadas com a beleza de Oxum e a delicadeza com que havia feito o pedido, abriram uma fenda na colmeia e o mel começou a escorrer nas mãos de Oxum. O mel brilhante como o ouro que escorria nas mãos de Oxum era passado na boca do menino Ogum, que estava adorando toda a doçura.” (pp. 21-22)