Um livro de história infantil, assim como toda forma de expressão artística, deve ter liberdade para tocar nos mais diversos assuntos, nos fazer rir, chorar, pensar…
Aqui na Taba, gostamos também de afirmar que a história de literatura infantil brasileira não deve ser menos literatura para que possa assim alcançar melhor o seu público. Isto é, não deve se restringir a temáticas simples ou fáceis – e sabemos também que quase sempre quando o fazem acabam tornando-se rapidamente desinteressantes para as crianças.
Assim, um bom acervo de livro de história infantil deve conter livros divertidos, engraçados, personagens leves e simpáticos, mas também livros que falem de tristezas, decepções, medos e outros tantos temas difíceis de lidar.
Temas difíceis são essenciais
Nossa vida é repleta de todas essas sensações e emoções e é importante que as crianças tenham acesso a livros que não as privem de pensar todas essas experiências. Ou, como retoma tão poeticamente Marina Colasanti ao falar da importância da leitura dos contos infantis na sua trajetória, principalmente os contos de fadas:
“Nenhum lobo escondido entre troncos teria me ensinado a lidar com os outros lobos, bem mais famintos, que haveria de encontrar vida afora. Nenhuma Fera teria me mostrado a beleza da compaixão. O patinho feio que eu era não teria tido nenhum aceno convincente da possibilidade de transformação. E sem a princesa pálida como a neve deitada no seu esquife de cristal e devolvida à vida por um beijo, quem me diria da força vivificadora do amor?”.
[Marina Colasanti. pg. 21. Como se fizesse um cavalo. Editora Pulo do Gato, 2012. São Paulo.]
Mesmo assim, ainda hoje é comum observarmos algum receio, da parte dos adultos, quando se trata de leitura infantil com temas mais difíceis, que falem sobre tristezas, lutos ou desigualdades, por exemplo.
Vale sempre lembrar que as crianças, cada uma a seu modo e de acordo com o repertório que foi acumulando ao longo de sua vida, têm habilidades para lidar com todos os temas! E que essa relação pode ser ainda melhor quando as leituras forem feitas acompanhadas por um adulto ou mediador atento e disponível para acolher a criança nesse processo, costurando significados junto com ela.
Livro de história infantil também é para se divertir
Para além dos temas difíceis, no entanto, as recomendações de hoje seguirão a linha da diversão e do riso, que combina com férias, calor, sorvete e banho de chuva, afinal, nem só de livros reflexivos e papos cabeça pode viver um leitor.
Por fim, é sempre bom ressaltar que quando se trata de humor é preciso redobrar o cuidado para não cairmos em representações ou frases desrespeitosas que possam ferir de alguma forma a liberdade do outro. Tivemos o cuidado de selecionar livros que não soem preconceituosos e nos quais a risada venha com leveza, sem deixar ninguém de fora.
Na seleção há livros engraçados, irônicos e com finais surpreendentes. Vem conhecer, se divertir e dar risada!
- Tô indo!, de Matthieu Maudet
- Uma Chapeuzinho Vermelho, de Marjolaine Leray
- Abril, o peixe vermelho, de Marjolaine Leray
- Quem soltou o Pum?, de Blandina Franco e José Carlos Lollo
- Soltei o Pum na escola, de Blandina Franco e José Carlos Lollo
- Deixei o Pum escapar, de Blandina Franco e José Carlos Lollo
- O Pum e o Piriri do vizinho, de Blandina Franco e José Carlos Lollo
- Meu Pum e a meleca do meu irmão, de Blandina Franco e José Carlos Lollo
- Presos, de Oliver Jeffers
- Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela, de Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch
- Quero meu chapéu de volta, de Jon Klassen
- Este Chapéu não é meu, de Jon Klassen
- A dentadura do seu Mokó, de Thiago Lopes
- Não, de Marta Altés
- Você troca, de Eva Furnari
- Assim Assado, de Eva Furnari
- Dadá, de Germano Zullo e Albertine
- Mas papai…, de Mathieu Lavoie e Marianne Dubuc