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Para onde vamos quando desaparecemos?

Para onde vamos quando desaparecemos?

Nesse livro, a portuguesa Isabel Minhós Martins nos leva a pensar sobre um tema que intriga adultos e crianças: as ausências e perdas.


Resenha
Nesse livro, a portuguesa Isabel Minhós Martins nos leva a pensar sobre um tema que intriga adultos e crianças: as ausências e perdas.
Segundo ela, algumas coisas desaparecem e são encontradas. Outras somem e voltam de forma diferente. E há aquelas que não serão vistas nunca mais. Uma coisa é certa:  nada dura para sempre.
Por meio de um texto filosófico e poético, a autora propõe ao leitor que observe à sua volta os objetos que fazem parte de seu cotidiano, como as meias, por exemplo e até mesmo alguns fenômenos da natureza, como a formação das nuvens e a neve. Para ela, se olharmos atentamente para o que ocorre com esses elementos, talvez tenhamos muitas ideias para responder à pergunta que dá nome ao livro.
(Resenha produzida pela equipe A Taba, especialmente para o exclusivo Mapa de Exploração da obra.)
Como foi a nossa leitura?

Isabel Minhós Martins é uma autora portuguesa que escreve de forma simples sobre temas muito complexos.
Quando recebi o livro desse mês, lembrei-me de uma oficina de narração oral que participei onde foi explorado outro livro dessa autora. Cristina Taquelim,  contadora de histórias portuguesa, fez a leitura de  Pê de pai.. Ah! Aquele sotaque português de Portugal faz a história ficar mais gostosa e curiosa… Foi com essa memória que comecei essa leitura cheia de curiosidade…
Mas curiosa mesmo é a forma que a autora trata das perdas e ausências sem falar a palavra “morte”.

Quando apresentei o título do livro, a Lívia já respondeu:

– Vamos para o céu.

Não perguntei nada nem pedi argumentos. Apenas comecei a leitura, pedindo para que ela prestasse atenção também na faixa preta que aparecia nas ilustrações.

Anotei no meu caderninho algumas frases que me tocaram e me fizeram refletir sobre o tema.

“Para que alguma coisa desapareça são preciso sempre dois.”

“Quem parte deixa um monte de perguntas.”

Tudo parecia falar de pessoas, mas era sempre comparado com nossas coisas que vivem desaparecendo.

Então vieram os apontamentos da minha Lívia:

– Quando eu desapareço, vou para meu quarto. Lá é o lugar onde me sinto segura.

E as linhas? Você as observou?

– As linhas são a imaginação. Quando fechamos os olhos fica tudo preto. E o nada, é branco.

Ela também relatou que dos três livros que lemos, esse foi o que ela mais gostou.

Lívia, é minha irmã de 20 anos. No momento que fizemos as leituras ela já estava quase 15 dias internada no hospital por causa de uma infecção renal. Tive a oportunidade de conhece-la um pouco mais, pois fui sua acompanhante por vários dias e noites. Compartilhamos de alguns momentos que nunca conseguimos em casa.
Quando se fica muito tempo no hospital, observamos o quanto sensíveis nós somos, o quanto dependemos dos outros, e que a vida apesar de todos os conceitos, é breve, é inesperada, mas também apresenta muitas possibilidades…