Dicas de Livros | Blog A Taba
Agora eu era

Agora eu era

Quem observa de perto crianças pequenas em seus jogos de faz-de-conta já deve ter ouvido uma dizer para a outra: “Agora eu era…” mamãe, papai, princesa, cavaleiro, astronauta, dinossauro… São muitas as identidades possíveis de se assumir simbolicamente enquanto se brinca. Nesse livro, fazendo referência direta à letra da canção “João e Maria”, de Chico Buarque (“Agora eu era o herói”), o também músico e escritor, Arthur Nestrovski, oferece ao leitor aquilo que a ficção literária tem como princípio: “nos permitir ser outro, sem deixar de ser a gente mesmo”.


Resenha
Quem observa de perto crianças pequenas em seus jogos de faz-de-conta já deve ter ouvido uma dizer para a outra: “Agora eu era…” mamãe, papai, princesa, cavaleiro, astronauta, dinossauro… São muitas as identidades possíveis de se assumir simbolicamente enquanto se brinca. Nesse livro, fazendo referência direta à letra da canção “João e Maria”, de Chico Buarque (“Agora eu era o herói”), o também músico e escritor, Arthur Nestrovski, oferece ao leitor aquilo que a ficção literária tem como princípio: “nos permitir ser outro, sem deixar de ser a gente mesmo”. Nesse caso, o narrador em primeira pessoa assume, a cada texto, uma nova personalidade: um explorador do Polo Norte, um pianista, uma arqueóloga, um sushiman, um faquir, dentre outras coisas. Com o bom humor que caracteriza a obra de Nestrovski destinada ao público infantil, Agora eu era tem, ainda, uma abordagem poética, dialogando com pequenas reflexões existenciais completamente acessíveis ao universo infantil.
Trecho do livro
“Agora eu era um astronauta, flutuando no espaço, fora da neve. Lá embaixo, azul, a Terra. Lá em cima, a bola prateada da Lua – se é que no espaço existe “embaixo” e “em cima”. Por dois minutos, eu era o centro do universo. Um ponto, um pingo, um grão de pó, boiando no vazio.” P. 9