Alice no País das Maravilhas
Como surgiu a história de Alice no País das Maravilhas? Quais as melhores edições do livro? Como diferentes artistas ilustraram essa história? Confira.
Em 14 de janeiro de 1898 falecia o escritor, fotógrafo e matemático inglês Charles Lutwidge Dodgson (mais conhecido como Lewis Carroll), criador dos clássicos da literatura infantil Alice no País das Maravilhas e Alice no espelho.
A origem da história
Segundo Ana Maria Machado, no livro Como e porquê ler os clássicos universais desde cedo (Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.p.114), “Alice nasceu de uma história contada oralmente pelo autor a três meninas, num passeio de barco em 1862, a partir de elementos corriqueiros do que viam e viviam. Era tão fantasiosa e cheia de detalhes que uma das irmãs, Alice, pediu-lhe que escrevesse aquilo tudo, para não esquecer. Ele levou dois anos trabalhando no manuscrito e depois mandou para ela. Em seguida, quando encontrou um editor e um ilustrador, deu ao texto sua forma definitiva e o publicou em 1865. Após um início de carreira meio lento, o livro foi descoberto pelas crianças que o transformaram num imenso sucesso. Quando Carroll morreu, em 1898, já vendera quase 200 mil exemplares.”
Em sua homenagem, preparamos uma galeria de ilustrações de suas obras criadas por artistas de vários lugares do mundo.
Seleções de Alice
E para quem quiser se deliciar com as fantásticas aventuras criadas pelo autor, a equipe da Taba recomenda a leitura de alguma das edições a seguir.
Caso tenha interesse em adquiri-las, clique sobre as capas.
Alice, cansada de não ter nada para fazer, decide seguir um coelho branco apressado que passa diante de seus olhos e entra em um poço profundo. Assim começam as aventuras do livro Alice no País das Maravilhas (Cosac Naify), obra consagrada de Lewis Carroll que continua desafiando o leitor contemporâneo, com situações inusitadas e uma linguagem muitas vezes irônica. No decorrer da narrativa, Alice reflete sobre sua identidade e tem dificuldades para compreender as criaturas curiosas que encontra pelo caminho, como o lendário Grifo. A edição traduzida por Nicolau Sevcenko e ilustrada por Luiz Zerbini preserva a riqueza do texto original e inova no projeto gráfico, a começar pelo formato do livro, que lembra uma carta de baralho, antecipando a interação da menina com a autoritária Rainha de Copas no oitavo capítulo. As ilustrações compostas por técnicas diferentes, como colagens e recortes, brincam com o leitor.
Em passeio pelo rio Tâmisa, em 1862, Lewis Carroll, pseudônimo de Charles Dodgson, cria a história da pequena Alice, personagem que persegue um coelho e entra num túnel que dá acesso a um mundo maravilhoso, no qual as regras são desconhecidas por nós. A garota experimenta situações inusitadas, como as mudanças de seu próprio tamanho e as conversas com um rato, já vivenciadas nos primeiros capítulos. Em companhia de alguns animais insólitos como a Lagarta Azul, a Lebre de Março e o Chapeleiro Maluco, Alice questiona os acontecimentos ao seu redor e tenta entender as regras de um mundo que apresenta uma lógica incomum aos seus olhos. A narrativa, que se tornaria conhecida no mundo inteiro, hoje possui diferentes versões e adaptações. Ana Maria Machado apresenta a versão integral da obra, criando equivalências entre os jogos de linguagem da versão original e elementos da nossa cultura. Jô de Oliveira ilustra o texto com imagens que lembram xilogravuras dos folhetos de cordel, contribuindo para a criação de uma obra pensada para as crianças brasileiras. (Ática).
Lewis Carroll explora com maestria o nonsense na fantástica história de Alice no País das Maravilhas (Girassol). Entediada com a leitura que a irmã fazia de um livro sem ilustrações, Alice cai no sono, e quando desperta é guiada para um mundo habitado por criaturas excepcionais, regido por uma lógica completamente absurda. Nesse mundo ela acompanha um coelho que está sempre atrasado, conversa com uma lagarta azul que fuma um narguilé, bebe chá com uma lebre maluca e um chapeleiro louco, toma sustos com um gato que aparece e desaparece, e joga croqué com uma rainha tirana que usa flamingos como tacos. Preservando o dinamismo do texto original, a adaptação de Ronne Randall conta com divertidas ilustrações que animam ainda mais os leitores. Elas reproduzem a garotinha loira com o seu já clássico avental branco sobre um vestido azul, aventurando-se pelos cenários surreais imaginados por Carroll.
Este livro, caprichado (Zahar), traz os dois textos clássicos de Lewis Carroll “Aventuras de Alice no país das maravilhas” e “Através do espelho” com as ilustrações originais de John Tenniel fielmente reproduzidas. Há ainda o acréscimo do episódio “O marimbondo de peruca” excluído do segundo livro por insistência do ilustrador. É uma edição para o leitor que, tendo contato com as obras desde pequeno, agora quer saber um pouco mais sobre o que suas entrelinhas escondem. As notas de Martin Gardner, diagramadas ao lado dos textos principais, tornam compreensíveis eventos, costumes, piadas, trocadilhos e expressões da época vitoriana. Apresentam interpretações de leitores críticos e citações de cartas e artigos de Carroll comentando suas escolhas. Além de revelarem as fontes dos poemas e canções citados ao longo das obras e chamarem a atenção para as incongruências “divertidas” das ilustrações de Tenniel.