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O apanhador no campo de centeio

O apanhador no campo de centeio

Tudo o que um adolescente sonha é que alguém o compreenda. Se essa aspiração permanece ainda hoje, imagine nos anos 50, época em que J. D. Salinger, escritor recluso, avesso à exposição e contatos com a imprensa, concedendo apenas duas entrevistas em toda a sua vida, firmou-se como um ícone da literatura norte-americana, ao criar o romance O apanhador no campo de centeio.


Resenha
Tudo o que um adolescente sonha é que alguém o compreenda. Se essa aspiração permanece ainda hoje, imagine nos anos 50, época em que J. D. Salinger, escritor recluso, avesso à exposição e contatos com a imprensa, concedendo apenas duas entrevistas em toda a sua vida, firmou-se como um ícone da literatura norte-americana, ao criar o romance O apanhador no campo de centeio. Obra emblemática, que na ocasião de seu lançamento não obteve o prestígio merecido, mas que traz em si todas as inquietações, questionamentos, angústias e descobertas da adolescência, por meio de seu protagonista, Holden Caulfield, um garoto comum em busca de sua própria identidade e que, ao retornar do internato para casa por ter sido reprovado em diversas matérias, parte em uma noite pelas ruas de Nova York, observando cada detalhe do universo ao seu redor, ao mesmo tempo, em que fala consigo mesmo acerca de suas expectativas. Leitura imperdível, principalmente, pelo prazer de experimentar a vivacidade da juventude!
Trecho do livro
“Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso. Em primeiro lugar, esse negócio me chateia e, além disso, meus pais teriam um troço se eu contasse qualquer coisa íntima sobre eles. São um bocado sensíveis a esse tipo de coisa, principalmente meu pai. Não é que eles sejam ruins — não é isso que estou dizendo — mas são sensíveis pra burro. E, afinal de contas, não vou contar toda a droga da minha autobiografia nem nada. Só vou contar esse negócio de doido que me aconteceu no último Natal, pouco antes de sofrer um esgotamento e de me mandarem para aqui, onde estou me recuperando.”
P. 2