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O lenhador

O lenhador

Para quem costuma lembrar de Catullo da Paixão Cearense apenas como o autor da modinha “Luar do sertão”, com seus versos impregnados de nostalgia, irá se surpreender com O lenhador, que narra em versos os desmandos e reveses do personagem que dá título ao livro, um sujeito inconsequente que devasta impiedosamente as florestas, mas que a certa altura se vê fustigado pelas árvores que reclamam por justiça e pela condenação do algoz que lhes tiram a paz e o equilíbrio.


Resenha
Para quem costuma lembrar de Catullo da Paixão Cearense apenas como o autor da modinha “Luar do sertão”, com seus versos impregnados de nostalgia, irá se surpreender com O lenhador, que narra em versos os desmandos e reveses do personagem que dá título ao livro, um sujeito inconsequente que devasta impiedosamente as florestas, mas que a certa altura se vê fustigado pelas árvores que reclamam por justiça e pela condenação do algoz que lhes tiram a paz e o equilíbrio. Sobressai-se nesta história a forma como ela é contada nos mencionados versos, marcados pela oralidade do povo sertanejo com seu vocabulário peculiar, cheio de arcaísmos e corruptelas de palavras de uso corrente. A leitura silenciosa causa certa inquietação, de modo que nos sentimos impelidos a sentir o pulsar da gramática de Catullo entoando seus versos em voz alta.
Trecho do livro
“Um lenhadõ derribava
as àrvre, sem percisão,
e sempe a vó li dizia:
‘Meu fio: tem dó das árvre,
que as árvre tem coração!’”
P. 13