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Para onde vamos

Para onde vamos

“Para onde vamos?” é a pergunta que, atualmente, milhares de pessoas no mundo se fazem quando são obrigadas a deixar o seu país de origem e viajar a procura de melhores condições de vida.


Resenha
“Para onde vamos?” é a pergunta que, atualmente, milhares de pessoas no mundo se fazem quando são obrigadas a deixar o seu país de origem e viajar a procura de melhores condições de vida. E mesmo quando possuem um destino certo, o trajeto até esse “novo mundo” é sempre marcado por incertezas e riscos.
Neste livro, um adulto e uma criança empreendem uma longa viagem a um destino não revelado ao leitor. Quem relata essa jornada é uma menina, que parece se divertir com os elementos que surgem em cada um dos novos lugares por onde passa, enquanto seu pai – preocupado e tenso – se ocupa em garantir a continuidade do caminho.
As ilustrações de Rafael Yockteng fazem referências aos refugiados latino-americanos e sua busca por transpor os obstáculos que os impedem de acessar diferentes lugares do mundo.
Um livro sensível que retrata um tema urgente em nosso tempo.
Para onde vamos” foi o livro selecionado pela Taba para ser enviado em fevereiro aos assinantes da categoria autônomos do Clube de Leitores A Taba.
Veja como foi a leitura na casa de nossa assinante Talula Trindrade:
“Para onde vamos” narra a viagem de um pai e uma filha. A menina vai contando tudo o que encontra pelo caminho: cinco vacas, quatro galinhas, um burrinho aborrecido… A viagem, às vezes a pé, de bote e até de trem, é sempre acompanhada por um coiote. Forte alusão aos “agentes” que cobram para levar emigrantes ilegais de um país a outro.
O país de origem da família nunca é especificado, não sabemos de onde eles vêm nem para onde vão, porém a imagem de um grande muro junto de um deserto nos faz pensar na fronteira do México com os Estados Unidos.
– “Para onde vamos?” é a pergunta que a menina faz insistentemente, enquanto cruza com pessoas diversas na beira das estradas ou despede-se de mais uma rápida amizade, mas nunca ninguém lhe responde.
As ilustrações, em tons de marrom e azul, enfatizam a proximidade de pai e filha, mas não minimizam todos os perigos e dificuldades pelos quais os dois passam.
Vico achou a história muito triste, mas foi uma linda oportunidade para conversarmos sobre diferentes histórias de vida e, principalmente, sobre esses heróis anônimos, que tem rosto, história, família, mas que passam invisíveis, sem que saibamos de onde vem, pra onde vão e quem são. Uma história aparentemente simples, mas absolutamente inspiradora! O final fica em aberto, não sabemos o que acontece com os dois. Mais realista impossível, afinal, quais são as certezas na vida de um refugiado?
Talula Trindade é assinante da categoria autônomo do Clube de Leitores A Taba.