Agbalá: um lugar continente
Este é o segundo livro de Marilda Castanha que integra a coleção “Histórias para contar História”. Pindorama, terra das palmeiras foi o primeiro. Agbalá, com seu texto poético e ilustrações primorosas, é um modo de a autora homenagear as culturas da África que desembarcaram no Brasil durante o longo período da escravidão. É também sua profissão de fé a respeito da força das culturas ancestrais que nenhuma servidão pode apagar.
Resenha
Este é o segundo livro de Marilda Castanha que integra a coleção “Histórias para contar História”. Pindorama, terra das palmeiras foi o primeiro. Agbalá, com seu texto poético e ilustrações primorosas, é um modo de a autora homenagear as culturas da África que desembarcaram no Brasil durante o longo período da escravidão. É também sua profissão de fé a respeito da força das culturas ancestrais que nenhuma servidão pode apagar. Essa homenagem passa pela rememoração de como eles viveram no Brasil naqueles anos: as relações com o senhor, com os companheiros de senzala, com os capitães-do-mato, os modos que eles encontraram para sincretizar as suas culturas com a local e resistirem à dominação. Essa rememoração chega até os dias de hoje na seção “De olho na história”. O projeto gráfico destaca as belíssimas ilustrações de Marilda as quais respeitam os traços, as cores e os movimentos das pinturas reconhecidas como africanas. Em cada desenho o “lugar continente” se manifesta.
Trecho do livro
“Mas nenhuma dessas marcas apagava sua cultura, presente no modo de andar, de carregar as crianças, nos panos coloridos das mulheres, nos seios à mostra, nos turbantes, contas, pulseiras, colares, nos passos ritmados dos homens com suas carapuças vermelhas, nas inscrições rituais do rosto, nos diferentes cortes de cabelo, nos gestos e olhares. Lembranças presentes e vivas de um lugar e de um tempo dos quais estavam tão próximos e tão distantes.”
(p. 12)