Ah, se a gente não precisasse dormir!
Em Ah, se a gente não precisasse dormir!, o artista Keith Haring põe sua obra à prova das crianças que, com surpreendente coerência, desvendam as simbologias coloridas e animadas de Haring. Os textos estão impregnados de descontração, humor e até ironia, bem ao gosto do grafiteiro que viveu a cultura nova-iorquina dos anos 60. O livro propõe um excelente exercício de leitura da arte contemporânea, considerada inacessível por muitos.
Resenha
Em Ah, se a gente não precisasse dormir!, o artista Keith Haring põe sua obra à prova das crianças que, com surpreendente coerência, desvendam as simbologias coloridas e animadas de Haring. Os textos estão impregnados de descontração, humor e até ironia, bem ao gosto do grafiteiro que viveu a cultura nova-iorquina dos anos 60. O livro propõe um excelente exercício de leitura da arte contemporânea, considerada inacessível por muitos. Aqui, sem precisar de muita coragem, mas de disponibilidade e espontaneidade, os comentadores mirins dão um show de percepção estética. Por um longo tempo o grafite foi considerado uma expressão marginal da pintura, apesar de conter todos os requisitos da grande arte: beleza estética relativizada, questionamentos e provocações, nesse caso a serviço de empregar vigor à monotonia cinza dos grandes centros urbanos. Keith Haring foi um dos precursores em levar o grafite para dentro do circuito oficial das artes visuais.
Trecho do livro
“É um rádio, mas como as pessoas não gostaram do que estavam ouvindo, elas cortaram o fio. Estão enfiando as pessoas neste treco. — Como você sabe que estão enfiando ele na máquina? –Acho que estão tirando ele de lá!” P. 10