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Baús de trocas: novos contos de fadas para ler e contar

Baús de trocas: novos contos de fadas para ler e contar

Neste livro, ela reuniu oito histórias que nos retornam a tempos, espaços e personagens dos contos de fadas. Em Baús de troca, destaca-se, em muitos contos, a aliança que se faz entre a velha sábia e a princesa inocente para que esta última, cumprindo as tarefas que lhe são indicadas, encontre recursos em si mesma para lidar com os fios que regem sua existência. Uma outra linha é a redescoberta de coisas e pessoas servis tratadas como inúteis pelos patrões só porque até então não se havia prestado a atenção dedicada aos seus dons invisíveis.


Resenha

 A contadora de histórias Marilene Lemos desde a década de 1960 dedica-se a estudar e recontar os contos tradicionais. Neste livro, ela reuniu oito histórias que nos retornam a tempos, espaços e personagens dos contos de fadas. Em Baús de troca, destaca-se, em muitos contos, a aliança que se faz entre a velha sábia e a princesa inocente para que esta última, cumprindo as tarefas que lhe são indicadas, encontre recursos em si mesma para lidar com os fios que regem sua existência. Uma outra linha é a redescoberta de coisas e pessoas servis tratadas como inúteis pelos patrões só porque até então não se havia prestado a atenção dedicada aos seus dons invisíveis. Sobressai-se ainda o bonito conto que fabula o motivo amoroso de os lobos uivarem para a lua. Digamos que nesse livro, princesas e reis estão a procura de si mesmos e que a chave se encontra no respeito à mão dos mais velhos. Os desenhos de Matheus Faria são a entrada para os muitos aspectos do maravilhoso.

Trecho do livro:

 “A velha, ignorando sua reação, pegou aqueles cacos e foi fazendo um mosaico no fundo do baú. Montou uma cena. Como num quadro, a princesa viu representada uma casa muito bonita. Ao redor, um jardim. Nesse jardim, duas jovens, ricamente vestidas, colhiam flores. Quando a paisagem ficou pronta, num passe de mágica, a moça estava diante de uma casa igual à do mosaico. Viu-se como uma das jovens. A outra, reconheceu logo, era a velha senhora, mas em plena juventude.” (p.36)