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O mundo de cabeça para baixo

O mundo de cabeça para baixo

Com a proposta de levar a magia mítica de diferentes povos às crianças e aos adolescentes, a coleção “Mitos do Mundo”, da Cosac Naify, apresenta este delicioso volume: O mundo de cabeça para baixo, sob a óptica do antropólogo peruano Rodrigo Montoya, um profundo conhecedor da língua quéchua, como menciona Betty Mindlin na capa. O livro traz sete contos – ou recontos que têm sido continuamente vivificados pela oralidade – sobre os mistérios fundadores do antigo Império Inca, como a fundação de Cuzco e a chegada dos espanhóis. O leitor será apresentado à História pelo olhar do colonizado e, certamente, colocará em xeque muitas das suas crenças e concepções ao atentar para o fato de que o mundo é múltiplo e produto da escrita, desde aí sua importância para a sobrevivência do acervo cultural de um povo.


Resenha
Com a proposta de levar a magia mítica de diferentes povos às crianças e aos adolescentes, a coleção “Mitos do Mundo”, da Cosac Naify, apresenta este delicioso volume: O mundo de cabeça para baixo, sob a óptica do antropólogo peruano Rodrigo Montoya, um profundo conhecedor da língua quéchua, como menciona Betty Mindlin na capa. O livro traz sete contos – ou recontos que têm sido continuamente vivificados pela oralidade – sobre os mistérios fundadores do antigo Império Inca, como a fundação de Cuzco e a chegada dos espanhóis. O leitor será apresentado à História pelo olhar do colonizado e, certamente, colocará em xeque muitas das suas crenças e concepções ao atentar para o fato de que o mundo é múltiplo e produto da escrita, desde aí sua importância para a sobrevivência do acervo cultural de um povo. A linguagem poética também sensibiliza para o fato de que os diferentes deuses devem fundar uma só ideia de bondade e nunca de dominação. Os textos ganharam os traços da cultura pré-colombiana nas ilustrações do artista peruano Andrés Sandoval, o que confere beleza e exotismo ao livro que, merecidamente, recebeu indicação Altamente Recomendável (Tradução Informativo) pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Trecho do livro
“Na sexta-feira da Semana Santa de cada ano, quando Cristo morre, os deuses andinos saem para passear. Dizem que só voltam para as prisões quando Cristo ressuscita e que passam o resto do ano presos.”
P. 63