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Os meninos morenos

Os meninos morenos

Os meninos morenos é o resultado do cruzamento de duas vertentes da arte literária: a prosa e a poesia. Ao ler os versos do poeta guatemalteco Humberto Ak’abal, o escritor mineiro Ziraldo, criador de um dos mais célebres personagens da nossa literatura infantil, o Menino Maluquinho, ficou intrigado com tantas semelhanças entre Brasil e Guatemala que fez um mergulho em suas memórias de criança para comprovar sua constatação. Então registrou essas lembranças em palavras cheias de um lirismo saudosista que leva o leitor adulto a se emocionar com aquilo que lê, ao mesmo tempo em que se vê levado a reconstituir e resignificar o próprio passado.


Resenha
Os meninos morenos é o resultado do cruzamento de duas vertentes da arte literária: a prosa e a poesia. Ao ler os versos do poeta guatemalteco Humberto Ak’abal, o escritor mineiro Ziraldo, criador de um dos mais célebres personagens da nossa literatura infantil, o Menino Maluquinho, ficou intrigado com tantas semelhanças entre Brasil e Guatemala que fez um mergulho em suas memórias de criança para comprovar sua constatação. Então registrou essas lembranças em palavras cheias de um lirismo saudosista que leva o leitor adulto a se emocionar com aquilo que lê, ao mesmo tempo em que se vê levado a reconstituir e resignificar o próprio passado. Para quem ainda não teve tempo suficiente de acumular tantas lembranças, a experiência é igualmente interessante, pois ilustra uma época em que as crianças se movimentavam com mais liberdade, criavam seus brinquedos, frequentavam os folguedos, entusiasmavam-se com as histórias de gente que, aos ouvidos dos meninos de hoje, soam como histórias fantasiosas, e principalmente encantadoras. Os versos de Ak’abal irrompem o relato e são aguardados enquanto avançamos na leitura, eles cristalizam de um modo diferente dos desenhos de Ziraldo toda a gama de emoção antecipada pela narração.
Trecho do livro
“Havia horas que estavam me procurando. Eu ventava! Virava o mundo de pernas para o ar, eu, que tive dois rios perigosos na minha infância.”
P. 16