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Palavra cigana: seis contos nômades

Palavra cigana: seis contos nômades

Dentre mais de 300 histórias dos povos nômades, a antropóloga argentina Florência Ferrari reúne neste livro seis contos que sintetizam algumas daquelas narradas por diferentes grupos, como os Manuches, Rom, Sinti, e especialmente os Calon, com quem conviveu durante certo período. Em geral tendo como pano de fundo os acampamentos com suas rodas de dança, música e festa, os contos são temperados com pitadas de ironia, magia e mistério para que temas como negociação, vantagem e humildade tomem forma. No conto “O cigano e o gigante”, por exemplo, o leitor descobre o que vale mais, se a força ou a astúcia.


Resenha
Dentre mais de 300 histórias dos povos nômades, a antropóloga argentina Florência Ferrari reúne neste livro seis contos que sintetizam algumas daquelas narradas por diferentes grupos, como os Manuches, Rom, Sinti, e especialmente os Calon, com quem conviveu durante certo período. Em geral tendo como pano de fundo os acampamentos com suas rodas de dança, música e festa, os contos são temperados com pitadas de ironia, magia e mistério para que temas como negociação, vantagem e humildade tomem forma. No conto “O cigano e o gigante”, por exemplo, o leitor descobre o que vale mais, se a força ou a astúcia. Em “A cigana que sabia tudo”, a história revela que, em alguns casos, saber é ser capaz de extrair o melhor das situações e do inesperado. Já em “São Jorge e os ciganos” alguns dos valores morais em que se baseiam esses povos são revelados, contrapondo-se, em alguns casos, aos valores ocidentais. É neste cenário itinerante que se passam as ações. Ilustrado com muita cor, riquezas e alegria, as imagens do livro são criadas pelo artista plástico paulista Stephan Doitschinoff, que constrói uma espécie de mosaico com suas colagens e sobreposições de figuras, representando a capacidade deste povo de colher de tudo por onde passa, levando consigo o necessário e sempre pronto a deixar para trás.
Trecho do livro
“Escute, cigano. Que tal nos associarmos? Eu faço um piano falso, e você toca seu violino lá dentro. Você não calcula quanto podemos ganhar com ele no mercado! Estamos em junho, o mês das festas! É a melhor época para vendê-lo!”
P. 41