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A volta do parafuso seguido de Daisy Miller

A volta do parafuso seguido de Daisy Miller

No volume A volta do parafuso seguido de Daisy Miller, temos dois exemplares do talento de James: eventos realistas e sobrenaturais.


Resenha do livro “A volta do parafuso seguido de Daisy Miller”

Livro: A volta do parafuso seguido de Daisy Miller

Autor: Henry James

Editora: L&PM Editores


Henry James é considerado um dos maiores ficcionistas de todos os tempos, comprovado não só pelos contos e romances que escreveu, mas pela consciência que tinha das estratégias narrativas, as quais foram deixadas como lição para qualquer aspirante a escritor. No volume A volta do parafuso seguido de Daisy Miller temos dois exemplares do talento de James, um deles envereda pelo sobrenatural, o outro por um realismo cru e dolorido. “A volta do parafuso” é uma novela que prende o fôlego do leitor do início ao fim. O aquecimento da trama inicia-se com uma conversa entre pessoas de um excêntrico grupo aficionado por narrativas de suspense, que tem entre eles o encantador Douglas, que coloca a todos sob tensão antes mesmo de começar o terrível caso que lhes reserva, deixando a plateia completamente curiosa. O prometido será cumprido, a história deixada por uma governanta por quem tinha afeto no passado é baseada no testemunho dessa mulher, que fora envolvida numa trama fantasmagórica na qual as vítimas são duas crianças, tornando o conto ainda mais sofrido aos ouvidos da plateia de Douglas, e aos olhos do leitor. Já “Daisy Miller” dispensa os eventos sobrenaturais, mas nem por isso é menos assustador. Uma ingênua mocinha norte-americana será vítima de uma aristocracia europeia que a trata com indiferença calculada, motivada por um preconceito cruel. James não dá folga para seus leitores, fica difícil estabelecer algum intervalo no meio de qualquer uma dessas leituras.
Trecho do livro
“– Quanto a Griffin e seu fantasma, ou o que quer que fosse, até concordo que aparecer primeiro para um garotinho tão novo dá um certo toque especial. Mas não é a primeira vez que ouço uma dessas ocorrências encantadoras envolvendo uma criança. E se uma criança já dá mais uma volta no parafuso, que tal duas crianças…?” P. 11.