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Ynari, a menina das cinco tranças

Ynari, a menina das cinco tranças

Ynari tem cinco tranças que nunca se desfazem e que estão com ela desde o seu nascimento. Embora não saiba o porquê desse presente, a menina parece sentir que elas estão ligadas a algum dom único e especial, o qual ela descobrirá no tempo certo.


Ynari tem cinco tranças que nunca se desfazem e que estão com ela desde o seu nascimento. Embora não saiba o porquê desse presente, a menina parece sentir que elas estão ligadas a algum dom único e especial, o qual ela descobrirá no tempo certo.
Curiosa e atenta às palavras e seus significados, é por meio do encontro com um homem pequeno especial que a pequena Ynari vai construindo uma bela amizade,  aprendendo a inventar e descobrir novas palavras colocando seus talentos a serviço do bem comum.
O texto do angolano Ondjaki retoma a sonoridade e o ritmo típico das narrativas de tradição oral compartilhada pelos sábios antigos ao redor da fogueira.Repleto de metáforas e alegorias, o enredo permite muitas reflexões sobre o poder da linguagem na construção de sentidos.
Joana Lira utiliza diferentes técnicas para compor ilustrações que enriquecem ainda mais a experiência de leitura, conferindo expressividade e enredo à trama.
Trecho do livro:
“- Cada rio sua águas, cada céu suas nuvens. Peixe dentro da água brinca, fora da água sofre. O humbi-humbi não conhece gaiola, só respeita nuvem. Coisa de metal que sai fumo, vira barro. Coisa de metal como semente, vira imbondeiro. De noite, as estrelas olhar e uma só escolher. De dia, os animais caçar, seja o alimento. Primeiro somos crianças e coração bate. Depois somos caçados por nosso coração. Depois descobrimos criança no coração. Depois a criança nos ensina outros caminhos do coração. O cágado também sabe perder. A palanca negra gigante também sabe fugir. Falei.”(p.23)