Dicas de Livros | Blog A Taba

Pense no canto de um pássaro. Imagine seu tom, volume e o som de sua música. Agora, imagine o silêncio. Não aquele silêncio que remete a paz e tranquilidade, mas aquele que é gerado pelo medo e pela tensão. A menina com nome de canto de pássaro mora em um reino governado pelo autoritarismo e pelo medo, um lugar onde o silêncio só é quebrado pela música do homem do realejo, que determina o que os cidadãos podem ouvir e pensar. Você pode estar se perguntando por que ninguém luta contra ou foge deste lugar, mas além do medo do rei, o reino está cercado por um imenso e temível deserto, onde tudo pode acontecer. Nossa protagonista vai se encher de coragem para, com a ajuda de uma bússola e das estrelas, encarar uma aventura pelo deserto e se tornar senhora de seus próprios pensamentos.

Quem são as autoras de “A menina e as estrelas”?

Mariana Ianelli

Quatro vezes finalista do Prêmio Jabuti, Mariana Ianelli é uma mulher das letras: formada em jornalismo e mestre em literatura e crítica literária, para além dos livros de poesia, crônicas e ensaios que escreve, já colaborou em veículos como a revista Bravo! e o jornal O Globo. Seu primeiro livro infantil, “Bichos da Noite”, foi lançado em 2018 e figurou na lista dos 30 melhores lançados naquele ano. Em “A Menina e
as Estrelas”, ela retorna à literatura infantil para tratar de um tema incomum na escrita para crianças: política.

Nascida no Irã, Fereshteh Najafi hoje em Curitiba. Suas ilustrações ricas em detalhes evocam camadas de significado que enriquecem a interpretação do texto escrito e já lhe renderam exibições e prêmios em eventos como as feiras do livro de Bolonha (Itália) e Sharjah (Emirados Árabes).

Porque escolhemos este livro para enviar aos assinantes do Clube de Leitores A Taba?

Convidar crianças e jovens a conversar sobre política é uma das melhores armas contra a desinformação e o autoritarismo, que roubam o direito ao conhecimento e à liberdade de expressão.

De forma sutil e poética, “A menina e as estrelas” nos apresenta a um rei e seu fiel homem do realejo, que retiram dos cidadãos de seu reino o direito a cantar e, consequentemente, de enriquecer seu mundo interior com música, conversas, risadas e a liberdade de ser quem se é.

É no deserto que floresce a liberdade da menina com nome de canto de pássaro, guiada pelas estrelas.