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Contos e poemas para crianças extremamente inteligentes v1_ler9780493
Autor(a): Harold Bloom
Tradutor: José Antonio Arantes
Editora: Objetiva
Ano de lançamento: 2003

Resenha:
Harold Bloom é um dos mais atuantes e polêmicos críticos literários contemporâneos. Professor de literatura e detentor de muitos prêmios, é um valente e briguento militante da palavra escrita. Costuma criticar duramente as novas mídias e o espaço que elas ocupam na vida de crianças e jovens. Diante de muitos livros que considera ruins e de poucos desafios linguísticos e voos de beleza literários decidiu fazer uma extensa antologia do que considera essencial que seja lido antes da idade adulta e por toda a vida. O título da antologia gerou polêmica, mas ele explica que inteligente é toda criança que não tem medo de deixar a fantasia invadir seu cotidiano. Bloom faz uma ótima introdução em cada volume, explicando o motivo de cada escolha. O Volume I – Primavera – traz Shakespeare, Kipling, Keats e alguns desconhecidos de nossas crianças: Lafcadio Hearn, William Morris, Allingham. Alguns textos podem causar estranheza, mas Bloom aposta num leitor sem medo de novas descobertas.
Trecho do livro:
“E nisso havia muito, mas muito mais do que se poderia imaginar. Porque, cinco semanas depois, houve uma onda de calor no Mar Vermelho e todo mundo tirou a roupa. O parse tirou o chapéu; mas o rinoceronte tirou a pele e a colocou nos ombros quando foi tomar banho na praia. Naquela época, a pele era abotoada embaixo com três botões e parecia ser à prova de água. O rinoceronte não disse uma só palavra sobre o bolo do parse, porque o tinha comido inteirinho; e ele nunca teve modos, naquela época, naquele dia ou daquele dia em diante. Depois de deixar a pele na praia, foi rebolando direto para dentro da água e soprou bolhas pelo focinho. Então, o parse chegou, encontrou e sorriu um sorriso que dava duas voltas ao redor da sua cabeça. Depois dançou três vezes em volta da pele, esfregando as mãos.” (p. 61)