Dicas de Livros | Blog A Taba
Como escolher livros infanto juvenis?

Como escolher livros infanto juvenis?

Para manter a leitura viva entre os adolescentes, é preciso ouvi-los. Saiba como escolher livros infanto juvenis que estão além do que se é ‘obrigado’ a ler na escola.


Uma busca na internet por “Livro infanto juvenil” traz muitas opções e pode ficar difícil saber qual a mais certeira. 

Durante a pesquisa, você lembra os momentos deliciosos de quando ir à livraria e a biblioteca eram passeios aguardados pelas crianças, em que descobriam juntos títulos e autores. 

A memória resgata aqueles que escolheram para serem lidos à noite, antes de dormir; os que seriam presenteados para amigos. 

Mas, as crianças cresceram. Já não se aninham no colo como antes. Fecham portas com humores voláteis. Mudam cabelos, amigos, atividades favoritas. Uma nova etapa da vida chega de mansinho – ou nem sempre – e entre as muitas novidades e dúvidas que surgem está: ‘será que ele continuará leitor?’. 

Aqui e ali você escuta que os jovens de hoje não gostam de ler, que vivem nos celulares, redes sociais, jogos e você se prepara para manter uma porta aberta para a literatura. Talvez, em lugar de preocupar-se, possa trazer novas oportunidades para eles.

Os jovens não gostam de ler? 

Será mesmo? É preciso levar em conta que faz parte da adolescência abrir-se para o mundo. Ir para escola sozinho e sair com amigos sem os pais são pequenos exemplos de como adolescentes passam a viver situações que lhes serão próprias, sem a intervenção imediata da família. E há muito o que aprender, dos outros, das coisas e de si mesmo: as transformações no corpo, as primeiras paixões, as expectativas do ser adulto – com suas possibilidades de profissão e divertimento – promovem descobertas e atividades importantes de serem vividas e que vão diminuir o tempo do ficar em casa, da quietude. Mas será que isso implica no abandono do livro e da leitura?

Não é o que afirmam as pesquisas: a Retratos da Leitura no Brasil, maior e mais completo estudo sobre o comportamento do leitor brasileiro, em 2019, apurou que as crianças e os jovens são ainda os maiores leitores do país e a faixa do início da adolescência (11-13) é a que mais lê entre todas. 

Além das pesquisas, temos também a voz dos próprios adolescentes. Em 2021 A TABA promoveu o Ciclo de Conversas sobre Leitura e Formação de Leitores e uma das conversas – Depois que crescem, as crianças deixam de ler? trouxe  a experiência de Bruninho Souza, que contou sobre a presença e a importância da literatura na sua adolescência, dizendo, por exemplo, de como ela foi importante para ajudá-lo a dar nome aos sentimentos e ao que vivia. Talvez seja hora de repensar o clichê.

A literatura infanto juvenil serve para quê?

Na mesma conversa, Bel Santos Mayer convida os adultos a pensarem sobre a relação que eles constroem com seus filhos quando crescem, no que toca à leitura. Ela destaca que o colo e a troca literária recordada com carinho pelos pais, muitas vezes, deixaram de acontecer quando, alfabetizada, a criança ganhou autonomia. 

A alfabetização, então, como um divisor da relação anterior, com a escola passando a sugerir, orientar, cobrar leituras e a atenção familiar se voltando para o cumprimento de tarefas e deveres, afastando-se da relação prazerosa e afetiva de antes no universo da leitura, como traz com riqueza Daniel Pennac, em seu livro Como um Romance. Ela observa que a proximidade literária – possível através da conversa sobre os livros, num genuíno envolvimento com os interesses dos filhos – deixa de ocorrer.

“Precisamos escutar” os adolescentes, diz Bel. Para conhecer o que os interessa sem a acomodação que o ingresso na escola e as leituras obrigatórias trazem. Sem dúvida, elas cumprem um importante papel formativo, mas além de nem sempre dialogarem com o mundo atual (elemento importante nesse processo de crescimento e se tornar autônomo), cabe a pergunta: a literatura só serve para formar?

Com a escuta, a proximidade retorna e, com o conhecimento dos interesses dos adolescentes, se pode melhor conectar a literatura a outros suportes – como o cinema e a fotografia – e permitir que se perceba o “livro como um canal para acessar tudo o que está no mundo”. O leitor formado na infância vai construir novos caminhos no seu percurso literário.

Clube de leitura para jovens

Aqui na A Taba acompanhamos o percurso literário de milhares de crianças ao longo dos anos. Mas assim como as crianças da história hipotética que abre o texto, nossos primeiros assinantes cresceram. E esse foi um dos motivos que nos motivou a criar mais uma categoria para o Clube de Leitores A Taba: os Jovens.

“Sentimos a necessidade de atender esses jovens leitores, que acabam se limitando à leitura de um ou dois gêneros apenas. Conhecemos bem este público e sabemos que eles demonstram maturidade para leituras mais complexas e querem ler melhor a si mesmos e ao mundo”, explica Denise Guilherme, fundadora do Clube de Leitores A Taba.

A aposta da curadoria está nos livros que ampliem o olhar dos jovens leitores para o contexto em que vivemos e que, acima de tudo, provoquem reflexões e boas conversas entre eles. 

Os livros escolhidos respondem a alguns critérios entre os quais a pluralidade, de gêneros literários e de autores. 

“Nessa faixa etária é muito fácil cair no romance da menina na escola apaixonada pelo menino. Nós buscamos outras experiências da juventude para garantir um contato plural com a literatura”, explica Julia Porto, uma das curadoras dos livros juvenis da A Taba. 

Alguns livros adultos também já foram selecionados, como A Vida que Ninguém Vê, de Eliane Brum. “O livro trata de uma experiência universal que é cruzar com pessoas invisibilizadas e por ser um livro-reportagem com crônicas que a jornalista escreveu para um jornal, achamos interessante como experiência de leitura para os jovens também”, explica Julia. 

O diálogo sobre as obras acontece em encontros virtuais de leitura e por uma plataforma de mensagens com acesso exclusivo aos assinantes das categorias jovens. Essa troca contribui para a escuta do outro e amplia a experiência de leitura.

Dicas de livros juvenis

Cada adolescente – assim como cada leitor – é único, por isso é tão importante ouvi-lo. Há os que desejem um pouco mais de fantasia. 

Há os que preferem mais de realidade, mas certamente haverá um livro para acolhê-lo. 

Para Bel Santos Mayer, a poesia é sempre uma boa escolha. Reunimos aqui outras ideias, algumas das quais já enviamos para os assinantes das categorias Jovens, de 11 a 14 anos, do Clube de Leitores A Taba

Poesia

História em Quadrinhos (HQ)

Romance

Este livro é classificado como um romance gráfico!

Clássicos

Contos