Dicas de Livros | Blog A Taba
Para que servem os livros sensoriais?

Para que servem os livros sensoriais?

Também chamados como quiet books, os livros sensoriais podem ser grandes aliados para estimular a coordenação motora e os sentidos de bebês. Saiba mais!


Quando o assunto é livro para bebês, uma das primeiras lembranças que surgem são os livros sensoriais, também conhecidos como quiet books. Eles são, na verdade, brinquedos em formato de livro, com atividades para desenvolver a coordenação motora fina e estimular os sentidos das crianças bem pequenas.

Produzidos em materiais diversos como feltro, tecido, E.V.A, zíperes, bolinhas de lã, entre outros, os livros sensoriais tem como foco o estímulo e desenvolvimento dos sentidos dos pequenos, em especial o tato e a visão. Geralmente não possuem um trabalho mais elaborado com o texto e com a linguagem, por isso estão mais para brinquedos que livros.

Qual a diferença entre livros sensoriais e livros literários infantis? 

Há uma diferença bem grande entre os livros sensoriais e os livros literários, em formato, conteúdo e propósito. 

Os livros sensoriais tem como proposta estimular a coordenação motora e o desenvolvimento dos bebês. 

Os livros literários tem como objetivo a aproximação com as palavras, com a linguagem literária, com a Arte e com imagens que possam ampliar o repertório estético das crianças. 

Portanto, cada um deles tem um propósito diferente e é interessante que ambos façam parte do cotidiano dos bebês. Com o tempo, os livros sensoriais podem perder a graça, pois já não oferecem tanto a ser explorado. Em contrapartida, os livros literários podem seguir presentes durante toda a infância.

Há outras opções além dos livros sensoriais?

Com a proposta oferecer estímulo para os bebês, como fazem os livros sensoriais, é possível fazer em casa o famoso cesto do tesouro, criado pela pedagoga Maria Montessori.  

O cesto abriga objetos do cotidiano que nas mãos de um bebê podem ser tornar verdadeiros tesouros a serem explorados: tecidos de diversas texturas, utensílios de cozinha como colheres de pau, de metal, tigelas, bolinhas de lã, pedras de formas arredondadas e o mais for seguro para o bebê. Lembre-se que da mão os objetos vão à boca também, o que é natural nessa fase. 

Tanto os livros de feltro e outros materiais como a cesta do tesouro são atividades sensoriais em que o bebê explora o mundo através de sentidos como tato e visão. 

Quais os melhores livros para bebês: literários ou os sensoriais?

Para os bebês, o mundo é um grande espaço sensorial a ser explorado. Tudo lhes interessa: os sons, as texturas, as cores, as formas, as proporções, os cheiros, os gostos. Por isso, tendem a utilizar os sentidos para compreender a realidade que os cerca, observando-a atentamente, levando objetos à boca, sentido-os através do tato. 

Muitas famílias têm medo de oferecer livros “de verdade” para os bebês porque eles podem rasgar, morder e por fim estragar os livros. Nos primeiros contatos o ideal é que os adultos estejam juntos manipulando o livro para que o bebê inclusive aprenda como usar este objeto.

Em Bogotá, na Colômbia, Yolanda Reyes, uma das maiores pesquisadoras de leitura na primeira infância tem um espaço dedicado às crianças que funciona como jardim de infância e livraria, o Espantapájaros.

Lá há uma estante com os livros mais mordidos, que significa também que são os mais amados pelos bebês. É como se dissessem aos interessados: podem levar, porque esses foram testados e aprovados.

Assim, se o objetivo vai além de estímulos sensoriais, um bom livro infantil é a melhor opção para os bebês e também aos adultos, que estarão junto dos pequenos compartilhando esse momento de leitura que pode ser prazeroso, afetuoso e divertido. 

Quanto maior for a frequência das experiências de leitura, maior será o aprendizado sobre como manusear as páginas com cuidado, como brincar com esse objeto e também, apreciar a sua leitura

Com o tempo, você vai perceber que os pequenos começam a reconhecer seus livros e suas histórias favoritas e, mesmo que ainda não saibam falar, aprendem a demonstrar seus interesses e gostos. É assim que é feita a seleção dos livros mais mordidos no Espantapájaros. 

Bebês que têm contato com boas histórias têm maior domínio da linguagem e desenvolvem, desde cedo, uma relação de afeto com as palavras. E isso, já é um grande passo para a formação de um leitor.

Nos livros literários o que está em jogo é o contato com a sonoridade da língua e com a riqueza das representações visuais criadas pelos autores. 

Mais que trazer a imagem de um objeto com seu nome, os bons livros infantis proporcionam o que se chama de um banho de linguagem, aproximando os pequeninos leitores do mundo das palavras e tornando-os tão íntimos desse objeto que é capaz de fazer um adulto se sentar no chão para partilhar um colo e uma leitura. 

Maurice Sendak, escritor norte-americano, autor de Onde Vivem os Monstros, dizia que as pessoas que tiveram na infância a experiência de viver momentos em que seus pais lhes dão colo enquanto contam e leem histórias sempre associarão a experiência de leitura a esse contato. E para ele, essa é uma ligação que dura a vida inteira.