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Lendas populares: 5 livros para conhecer o Brasil

Lendas populares: 5 livros para conhecer o Brasil

É muito importante que as crianças conheçam as lendas populares, porque elas revelam mais sobre nossas origens e nossa cultura. Entenda melhor!


As lendas talvez sejam a manifestação mais conhecida do folclore. De autoria desconhecida e transmitidas pela tradição oral ao longo do tempo, as lendas apresentam narrativas que abordam problemas humanos universais, em que homens e mulheres tentam compreender e explicar os mistérios do mundo. 

Elas foram criadas por homens de diferentes tempos e lugares para explicar o desconhecido e os fenômenos da natureza.

Por que é importante conhecer as lendas populares? 

Conhecer as lendas populares é conhecer a origem de um povo, suas crenças e, dessa forma, respeitar as diversas culturas. As lendas fazem parte do folclore, que é o conjunto das manifestações da cultura popular e das tradições de um povo.

Junto das lendas e contos, as músicas, danças, brincadeiras, culinária nos contam sobre as características dos povos. 

O Brasil é um dos países com rica cultura popular que vem dos povos que nos constituíram. 

Alguns pesquisadores se dedicam e dedicaram a preservar as memórias dos nossos povos como Câmara Cascudo, já falecido, e Ricardo Azevedo que viaja o Brasil coletando histórias, lendas e costumes e possibilitam que as próximas gerações conheçam nossa cultura. 

5 livros de lendas populares brasileiras  

Um verdadeiro passeio pelas memórias e cultura do Brasil. Assim será a leitura destes cinco livros que reúnem lendas populares, contos, quadrinhas, receitas e tradições das cinco regiões do país. 

Lendas brasileiras

A edição em livro das lendas recolhidas por Câmara Cascudo tem como propósito difundir e compartilhar essas histórias fascinantes entre diferentes culturas, e preservar a sua concepção e composição da forma mais remota possível, desde quando começaram a ser repassadas oralmente por diferentes gerações dos povos que as originaram. 

Algumas são bem conhecidas como “A lenda da Iara” (NO) e “O Negrinho do Pastoreio” (RS), fundadas em mistérios e fantasmagorias que continuam mexendo com o imaginário dos ouvintes e dos leitores; outras, como “A morte de Zumbi” (NE), narram trajetórias de heróis que viveram de fato, mas que a História terminou por desmistificar, como o lendário suicídio do líder dos Palmares, mas sem abalar a preferência pela versão lendária que ajudou a engrandecer a fama de Zumbi.

Câmara Cascudo é uma das figuras de proa que documentaram o Brasil pelas vias da imaginação criadora do povo brasileiro, levantando de todas as regiões os mitos, as lendas e outras variantes de contos tradicionais.

Clique aqui para o link do Lendas e mitos dos índios brasileiros

Na apresentação que antecede as 24 lendas, Walde-Mar de Andrade e Silva conta-nos o fascínio que as histórias sobre índios exerciam sobre ele desde menino e as belezas e os costumes que experimentou quando, já adulto, conviveu com os índios do Xingu. 

Como um contador de histórias, narra com intimidade as lendas já muito ouvidas, já muito suas. A maioria delas é sobre os índios Kamaiurá e Tupi. 

Os mitos contam como os deuses ou o espírito propiciaram os alimentos mais importantes dessas culturas, como o guaraná e a mandioca; outros falam do surgimento do dia e da noite, do fogo e da chuva, da criação do primeiro homem, da festa dos mortos. 

Assim como as lendas da vitória-régia, do uirapuru e da Yara, ganham um novo olhar sensível. 

Há ainda as comoventes histórias de amores impossíveis, como a que dá origem às cataratas do Iguaçu, a dos amados que vão à caça ou à guerra e não retornam, deixando inconsoláveis as jovens. 

A cada narrativa segue uma bonita ilustração, figurativa e mítica, em página inteira.

Clique aqui para o link do Armazém do Folclore

Ricardo Azevedo é um autor versátil: não somente escreve, mas também ilustra docemente este livro, por meio da aquarela ou de uma técnica que lembra as xilogravuras do cordel. 

Ganhador de quatro prêmios Jabuti, nesta obra ele aproveita seus conhecimentos de pesquisador da cultura brasileira para encantar-nos com os mais diferentes gêneros colhidos na tradição popular, por meio de uma releitura criativa e de uma prosa rítmica e fluente, tal qual devem ser textos oriundos da oralidade. 

O título reflete o caráter do livro: o leitor, ao abrir a primeira página, entra na “vendinha” do autor, puxa o banquinho e encanta-se com a magia e a riqueza desse patrimônio da cultura popular brasileira: quadras, adivinhas, receitas culinárias, trava-línguas, lendas, frases feitas, ditados e contos da nossa tradição, estão todas ali, ao alcance das mãos e do brilho dos olhos numa estante literária da diversidade cultural.

Clique aqui para o link do Doze lendas brasileiras: Como nasceram as estrelas

Em uma nova edição, podemos reler doze contos do folclore brasileiro recontados, de modo especial, por Clarice Lispector e ilustrados por Suryara. 

A maioria das lendas são de tribos indígenas, com exceção de “As aventuras de Malazarte”, “O Negrinho do Pastoreio” e “Uma lenda verdadeira”, sobre a noite do nascimento de Cristo. 

Como uma narradora antiga, Clarice nos relembra os enredos que transformaram seres humanos em estrelas e animais e os acontecimentos que levaram os bichos a perderam a fala – restando-lhes apenas cantar e grunhir. 

O canto mavioso do Uirapuru e da sereia Yara a seduzirem pretendentes; as proteções e vinganças do Curupira e do Saci-Pererê são relembrados de modo a advertir o leitor. 

Como uma narradora moderna, Clarice surpreende o leitor ao subverter a moral da história, declarar o sentido que as histórias têm para si, e expor as lacunas que não são contadas, mas em que todos seguimos acreditando.

Clique aqui para o link do Muito capeta

Muito capeta é mais uma aventura da artista mineira Angela Lago pelas histórias do passado. 

Desta vez, a fonte de inspiração são as assustadoras lendas que apresentam o diabo como personagem. Mas, ao invés de amedrontar, veremos em Angela Lago que essa atuação é muito divertida! 

O livro é composto por 11 narrativas que se encadeiam uma na outra. A história começa lembrando a lenda do diabo louro, que costuma aparecer disfarçado para dançar no baile com a moça que não tiver par. 

Descoberto pelas características dos pés ao longo da dança, o diabo tem o prazer de estragar a festa das pessoas, revelando-se ao final. Mas Maria Valsa é muito atenta, vence o diabo pelo cansaço e não se preocupa em observar os pés do companheiro. 

O diabo encanta-se pela moça e o feitiço vira contra o feiticeiro! As ilustrações são realizadas nas páginas de tom avermelhado, fazendo referência direta ao personagem principal.

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