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Manifesto A Taba – pelo direito à literatura

Manifesto A Taba – pelo direito à literatura

No dia Nacional do Livro Infantil e Juvenil, A Taba lança um manifesto apresentando as crenças que norteiam o seu trabalho de valorização da literatura e de formação de leitores.
Se você acredita em nossas ideias, você também é parte desta aldeia!


No dia Nacional do Livro Infantil e Juvenil, A Taba lança um manifesto apresentando as crenças que norteiam o seu trabalho de valorização da literatura e de formação de leitores.
Nós acreditamos que:

    1. Todo ser humano tem direito à literatura e à fantasia, tendo acesso a obras que possibilitem experiências estéticas de qualidade e que abram portas para diferentes mundos.
    2. Todo cidadão tem direito a bons livros e experiências de leitura significativas. Sem distinção. Por isso, instâncias governamentais e sociedade civil devem criar políticas públicas que garantam que adultos e crianças de qualquer idade ou lugar desse país possam exercer esse direito.
    3. Todos podem iniciar sua trajetória leitora em qualquer fase da vida. Basta apenas encontrar o livro certo. Sempre é tempo de apaixonar-se pelas palavras.
    4. Toda criança tem direito de ouvir histórias, narradas por um adulto que amorosamente compartilhe suas leituras, ajudando-a a construir sua própria casa de palavras. Histórias de livros, histórias da família (reais ou inventadas), cantigas, adivinhas, parlendas, contos, causos…toda criança tem direito a receber as palavras de seu povo como herança.
    5. Todos os leitores têm direito de conhecer os melhores livros, acessando-os livremente, criando seu próprio percurso de leitura. “Livro vivo é livro lido”. A formação de leitores deve prever o desgate das obras pelo seu manuseio, permitindo que saltem das estantes para o mundo.
    6. Todos os municípios e todas as escolas (privadas, públicas, urbanas e rurais) têm direito a uma biblioteca e um bibliotecário, com espaços e ações cuidadosamente pensados para que leitores tenham acesso a experiências culturais e também à diversidade da produção editorial do país, compartilhando livremente suas experiências estéticas de apreciação da Arte em suas diferentes manifestações.
    7. Todos os professores têm o compromisso de se formar como leitores. Por isso, é papel da escola garantir momentos de experimentação e reflexão sobre as práticas de leitura para que esses profissionais possam ler obras que atendam aos seus anseios como leitores e também lhe ofereçam a possibilidade de conhecer e apreciar o acervo disponível para seus alunos.
    8. A mediação da leitura é fundamental para desenvolvimento da compreensão leitora. Todo leitor pode ser também um mediador. Basta ter escuta atenta e estar disponível a compartilhar com outros leitores suas impressões sobre as obras lidas. A leitura é uma experiência ainda mais interessante quando pode ser compartilhada.
    9. Para formar leitores, diversidade é fundamental. Quanto mais variado for o acesso a diferentes vozes, estilos, gêneros, autores, propostas editoriais e temáticas, mais rica é a construção de sua biblioteca pessoal.
    10. Literatura é Arte. E a Arte deve ser livre e apostar na capacidade humana de transcendência. Crianças não precisam de livros que subestimam sua competência para pensar e sentir o mundo, que apresentam estereótipos e preconceitos e, principalmente, que oferecem respostas fáceis para perguntas difíceis.
    11. Um bom livro para criança é bom para leitores de todos os gêneros e em qualquer fase da vida. Por isso, não faz sentido classificar as obras por idade ou dividindo-os em livros “para meninos” ou “para meninas”.
    12. O que define a competência de um leitor não é a sua idade cronológica mas, sim, a sua experiência como leitor, seu repertório, sua história de convivência com a linguagem escrita e seu domínio sobre ela.
    13. Em um bom livro, tudo – texto, imagem e projeto gráfico (formato, fonte, cores, técnica utilizada etc) – está a serviço da construção de sentido. Privar leitores dessa experiência estética e sensorial, padronizando formatos e textos é limitar a possibilidade do contato com a Arte.
    14. Livros são produtos, mas também são objetos de Arte e precisam ser desejados e consumidos. Existe toda uma cadeia de profissionais que fazem da produção, circulação e comercialização deste objeto o seu ofício e que precisa ser valorizada.
    15. Escritores e ilustradores são profissionais da literatura. Seu trabalho é produzir uma Arte que dialoga com a experiência humana em todas as suas facetas. Para isso, necessitam de condições que possibilitem a criação livre, sendo dignamente remunerados pelo trabalho que exercem.
    16. Livrarias são espaços privilegiados para a formação de leitores e não apenas de consumidores de livros. Livreiros, vendedores, atendentes – todos os profissionais desse espaço devem atentar para a qualidade e diversidade do que oferecem aos seus leitores, disponibilizando livros e outras experiências culturais de qualidade para todos os seus frequentadores.
    17. Editores têm um papel fundamental na formação de leitores. Suas escolhas definem em grande parte o que chega às mãos dos leitores e leitoras.
    18. Instâncias governamentais, editores, escritores, ilustradores, tradutores, adaptadores, revisores, diagramadores, distribuidores, livreiros, vendedores, bibliotecários, mediadores, professores, familiares e amigos: todos somos responsáveis por garantir o exercício do nosso direito à literatura. A Taba acredita que para formar leitores é preciso uma aldeia.

Se você acredita em nossas ideias, você também é parte desta aldeia!
 

*Imagem de capa – Onde vivem os monstros, de Maurice Sendak.  Editora Cosac Naify