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Meu avô era uma cerejeira

Meu avô era uma cerejeira

É com uma grande mistura de sentimentos e impressões que Toninho nos conta sua história de infância. Bem, na verdade, ele ainda está na infância, apenas escreve três anos depois de tudo ter acontecido! Aos quatro, passou por uma dessas experiências que nunca vão se apagar na vida, mesmo que todas as fotos sejam destruídas, o que acontece de fato na narrativa. Nosso menino divide seu tempo entre a vida na cidade e a vida no campo com os avós Otaviano e Teodolinda.


Resenha
É com uma grande mistura de sentimentos e impressões que Toninho nos conta sua história de infância. Bem, na verdade, ele ainda está na infância, apenas escreve três anos depois de tudo ter acontecido! Aos quatro, passou por uma dessas experiências que nunca vão se apagar na vida, mesmo que todas as fotos sejam destruídas, o que acontece de fato na narrativa. Nosso menino divide seu tempo entre a vida na cidade e a vida no campo com os avós Otaviano e Teodolinda. Lá, no campo, acontecem maravilhas, mas é lá também que ele vai conhecer a mais profunda tristeza. O texto suave, mas sem chances para o pieguismo ou para a ocultação do sofrimento, nos fala de um menino e um avô que todos nós gostaríamos de ter e daquelas aventuras que sabemos que não estão apenas na ficção, mas na vida de tantas crianças e adultos. Talvez não só o avô Otaviano acabe sendo uma cerejeira, mas todos os leitores, pelo menos, enquanto estiverem calmamente lendo o livro-depoimento do garoto Toninho que deseja tanto nos contar sua história.
Trecho do livro
“— O segredo está aqui dentro – ele me disse, apontando para a própria cabeça. – Imagine que você é um pássaro, ou um gato, pense que a árvore é sua amiga, que é a sua casa. Fique confortável, à vontade. Tire os sapatos. E agora mova-se sem medo, Feliz não vai deixar você cair.
Meu avô começou a colher as cerejas. Pouco a pouco, fui me arrastando, depois me levantei e passei para os galhos mais próximos.
Meu avô parecia não me olhar, mas não perdia nem um movimento meu.”
P. 40