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Meu primeiro livro de contos de fadas– 3 e 4 anos

Meu primeiro livro de contos de fadas– 3 e 4 anos

Meu primeiro livro de contos de fadas é uma excelente obra para as crianças pequenas terem acesso aos contos de fadas porque as histórias mantêm os principais episódios narrativos e são escritos com toda a riqueza da linguagem literária.


BNCC – objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela leitura das ilustrações etc.).

Objetivos desta proposta:

Espera-se que as crianças possam:

  • Apreciar os contos de fada e estabelecer relações com outras versões conhecidas;
  • Ouvir os colegas e comentar as impressões considerando os principais acontecimentos da história;
  • Selecionar um conto preferido e justificar os motivos pelos quais fez tal escolha.

Proposta: Leitura em voz alta feita pelo professor

Meu primeiro livro de contos de fadas é uma excelente obra para as crianças pequenas terem acesso aos contos de fadas porque as histórias mantêm os principais episódios narrativos e são escritos com toda a riqueza da linguagem literária. Além disso, as ilustrações coloridas, que entremeiam os textos, produzem um efeito mágico, típico dos contos. Um dos grandes diferenciais da obra é ter entre os contos, histórias que nem sempre encontramos nas grandes coleções, como O gigante egoísta, A princesa e a ervilha, As princesas dançarinas e A pequena sereia. Este último conto, a versão escrita mantém o desfecho em que a sereia não alcança seu objetivo de se casar com o príncipe e se transforma em espuma. A decisão de manter esse final para crianças tão pequenas é uma aposta na capacidade e na potência delas em lidar com finais tristes, de criar espaço para esse sentimento, que ele seja compartilhado com todos e, sobretudo, possa ser sentido a partir do mundo simbólico, da magia dos contos.

Lendo com as crianças

Como há vários contos no livro, uma proposta interessante é combinar uma agenda de leitura com as crianças. Para isso, organize uma roda e apresente a obra, lendo o título e nome de quem recontou e ilustrou as histórias. Antecipar quais contos fazem parte do livro, pelas ilustrações da capa, pode ser uma oportunidade para levantar os conhecimentos prévios das crianças. Ao falarem um título, pergunte se o conhecem, o que acontece na história, quem são os personagens. Mostre que tem um sumário que revela ao leitor quais são os contos que contém no livro e que este, em especial, apresenta uma ilustração relacionada a cada um deles. Explore quais são conhecidos e permita que falem sobre os acontecimentos do enredo e, para os que não conhecem, que antecipem o que pode acontecer com os personagens que aparecem na imagem. Combine uma forma de realizar as leituras, pode ser uma por dia ou em uma regularidade menor, de acordo com sua rotina de trabalho.

Para cada conto lido, conte quem o escreveu originalmente, no sumário há essa informação. É imprescindível comentar com as crianças que essas histórias foram recontadas por Mary Hoffman, da maneira mais acessível possível. Uma forma seria dizer que os Irmãos Grimm escreveram Rapunzel e que, a partir desta história, Mary escreveu com as próprias palavras, sem mudar o que acontece no conto. Peça que uma criança comece contando uma história conhecida, diga que esse texto foi produzido por ela e que isso se aproxima do trabalho que Mary fez.

É possível notar que há diferenças entre as versões mais populares destes contos: em Rapunzel, por exemplo, o príncipe é descoberto pela bruxa má e em um duelo ele fica cego e vaga pelo deserto, até que Rapunzel o encontra e o cura de sua cegueira com as próprias lágrimas. Em A pequena sereia, a princesa faz um pacto com a bruxa e não consegue fazer com o que príncipe se apaixone por ela, o que faz a princesa ser transformada em espuma.

Em todas as situações de leitura é importante abrir um espaço de conversa para que as crianças comentem o que estão pensando. Elas podem gostar ou não, destacar um trecho que tenha chamado atenção, um personagem engraçado ou malvado e suas ações, comentar os desfechos, onde acontece as histórias, entre outros aspectos.

Em A princesa e o grão de ervilha, por exemplo, a dúvida da rainha se aquela princesa que batera em sua porta, em uma tempestade horrível, poderia ser uma princesa de verdade fez com que ela a testasse. Nem sempre é óbvio que uma pequena ervilha, por mais dura que fosse, seria sentida através de vinte colchões. Pergunte para as crianças:

  • Se você fosse a rainha e visse aquela princesa chegando à noite, você acreditaria que ela era uma princesa de verdade? Vamos ver como ela chegou (mostre a ilustração)?
  • Por que a rainha colocou uma ervilha e vários colchões em cima dela? O que ela queria saber?
  • A princesa quando acordou falou: “Havia uma coisa dura na cama”. Se ela estava deitada em cima de vinte colchões macios, do que ela estava reclamando?
  • Como a rainha teve certeza de que a princesa era uma princesa de verdade? Tem alguma parte da história que ajude você a comprovar isso?
  • O que mais gostou desta história? E o que menos gostou?

A proposta é conversar sobre as impressões das crianças e passagens que contribuem para uma maior compreensão dos acontecimentos narrativos. Em um diálogo genuíno, mais de uma criança comenta sobre uma mesma questão, chamar atenção para que os colegas dizem também é uma ótima oportunidade de ampliar a conversa.

Outra possibilidade de troca é comparar as histórias com outras versões conhecidas. Depois da leitura de Rapunzel, por exemplo, é possível perguntar se quem já tinha ouvido ou assistido a essa história, se traz algum apontamento que se difere ou se assemelha desta versão lida.

Por fim, depois de terminar a leitura do livro, uma boa questão a ser feita é:

  • Qual contos lido vocês mais gostaram? Por quais motivos?

Ter preferências e desenvolver comentários opinativos é uma aprendizagem importante e que faz parte da formação de um leitor crítico.

Um desdobramento possível

Indicar os contos preferidos é um comportamento leitor que queremos que as crianças aprendam. Como conheceram vários contos, é possível organizar uma roda com colegas de outras turmas para compartilhar suas preferências, sempre justificando os motivos pelos quais cada um escolheu uma história.

Outra possibilidade é montar um mural com um gráfico dos contos escolhidos, deixando que a comunidade escolar veja quais são os preferidos da turma. Neste caso, as crianças podem ilustrar algo deste conto, o mais votado, para enfeitar o mural. Além disso, podem escrever, por meio do ditado ao professor, um texto que conte ao público que vocês têm o livro e podem emprestar para quem quiser ler. O importante é mobilizar a escola para saber do percurso leitor da turma.