Meus contos africanos – Material do professor

Meus contos africanos: material do professor

Autor: Nelson Mandela

Editora: Martins Fontes

Uma antologia de contos africanos que, embora seja difícil afirmar com precisão a origem das histórias, tem quase todos os países do continente representados pela seleção cuidadosa de Nelson Mandela. São narrativas do folclore, que já passaram por transformações diversas, a partir da voz de quem conta e do tempo que passa. Cada uma delas foi escrita por um autor e também ilustrador diferente, e a obra apresenta um pequeno glossário com o significado de algumas palavras. 

O livro faz um convite para conhecermos a África garantindo uma das principais características dos países do continente: a sua riqueza cultural. As histórias retratam os cenários africanos, os costumes passados de geração em geração, como o de contar histórias ao redor de uma fogueira. Além disso, os animais não poderiam faltar, são protagonistas das mais diversas aventuras.

A proposta – Leitura compartilhada, conversa apreciativa e leitura autônoma do livro “Meus contos africanos”

Habilidades da BNCC 

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos curtos com nível de textualidade adequado.

 (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.

(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.

(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Objetivos desta proposta

Espera-se que os estudantes possam:

• Conhecer Nelson Mandela e sua importância para o povo africano;
• Observar e respeitar os costumes e crenças dos povos retratados nas histórias;
• Analisar regularidades nas diferentes histórias da obra;
• Avançar em suas próprias interpretações a partir dos comentários e opiniões dos colegas;
• Adotar uma postura crítica frente aos comentários dos colegas para aceitar ou discordar das opiniões emitidas;
• Buscar indícios nos textos que apoiem a compreensão;
• Ter preferências a partir de aspectos da narrativa e dos recursos literários e linguísticos empregados.

Lendo com seus alunos o livro “Meus contos africanos”:

Para começar a leitura do livro “Meus contos africanos” com os estudantes é importante reservar um momento para uma exploração inicial da obra, para apresentar Nelson Mandela, explicar o que significa ter uma seleção feita por ele, ler o prefácio, explorar o mapa do continente africano presente na obra e discutir a localização provável da origem dos contos, e conhecer o glossário. 

Ler o sumário também faz parte dos comportamentos leitores, por meio dessa leitura podemos saber a quantidade de histórias, a página em que se encontram e também suas origens. Pode ser um meio do leitor se interessar por algum título em especial e ser um momento bacana para compartilhar os motivos com os colegas de tal seleção. O que antecipam que pode acontecer? O que chamou atenção no título escolhido?

Compartilhe com o grupo a rotina de leitura e tente diversificar esses momentos. A leitura compartilhada de alguns títulos, a leitura autônoma na escola ou em casa, e até momentos de pequenos grupos. Você pode pedir uma leitura de tarefa e no dia combinado compartilharem as impressões de cada estudante. É possível também dividir a turma em pequenos grupos e cada um lê um título diferente, com uma tarefa específica: como conhecemos mais a cultura africana nestas histórias? O que chamou atenção durante a leitura? Gostaram? Depois é só deixar cada grupo socializar as discussões feitas com o restante da turma. 

Vale destacar o breve texto que todo conto apresenta logo depois do título, nele podemos entender mais a importância dos personagens ou de algum acontecimento da história. Encontramos lá a autoria do texto e das ilustrações, no final da obra há mais informações sobre cada um dos artistas, caso os estudantes demonstrem em interesse em saber mais. 

Para cada conto lido, vale uma apreciação a partir das impressões dos leitores e também uma exploração do cenário (aldeia, campo, selva), dos personagens (humanos, animais, místicos), da linguagem utilizada (permeada de versinhos, palavras africanas, múltiplos sentidos pelas metáforas utilizadas, entre outras).

“O Lobo, o Chacal e o barril de manteiga” traz a astúcia de um animal sobre o outro. Ambos conseguem um barril de manteiga de um fazendeiro, arquitetaram o plano juntos, porém somente um consegue se deliciar com o produto. A esperteza do Chacal é tamanha que consegue comer todo o barril sozinho e ainda colocar a culpa no Lobo. É possível perguntar aos estudantes: em que passagem da história podemos antecipar que o Chacal estava enganando o lobo? Que características o lobo apresenta neste conto para ser enganado pelo chacal? Você esperava o desfecho tal como foi contado? O que te surpreendeu?

Comparar as histórias do livro entre si e com outras contos conhecidos pode ser um ótimo exercício de intertextualidade, relações que todos os leitores com repertório literário podem fazer. Podemos observar semelhanças entre as histórias a partir de um personagem e suas características e até mesmo do discurso.

Um desdobramento possível

Os livros selecionados para este mês tiveram como grande propósito oferecer ao leitor a oportunidade conhecer diferentes culturas. Uma possibilidade de trabalho que complemente a história pode ser de investigar para saber mais sobre alguns aspectos tratados na obra, dentre eles: a vida de Nelson Mandela; os contadores de histórias africanos, os griôs; os animais que vivem nas regiões retratadas no livro e os costumes desses povos. 

Esse estudo pode resultar em um painel da turma para compartilhar com a comunidade escolar o que descobriram. Como outros anos escolares também estão lendo livros que abordam distintas culturas, o resultado das pesquisas pode configurar uma verdadeira mostra dos trabalhos. 

Indicadores de avaliação

Ao longo do ano, os estudantes puderam ter contato com muitas e variadas histórias. Por isso, esse momento é privilegiado para avaliar o percurso leitor tanto do ponto de vista do ensino quanto da aprendizagem. 

Sugerimos que proponha uma autoavaliação para que os estudantes possam tecer comentários dos livros que mais gostaram, dos personagens preferidos, do gênero ou do estilo de um autor que gostariam de ler mais.  Essas conversas sobre o lido, a partir das preferências leitoras, contribui para que cada um tome consciência do percurso trilhado, retomando as experiências que tiveram para compará-las e pensarem em como dar continuidade. 

Além disso, vale uma retomada nos indicadores sugeridos ao longo das leituras para observar o avanço de cada estudante em relação aos comportamentos do leitor. Os indicadores são:

– Antecipam e formulam hipóteses sobre a leitura a partir de diferentes informações (ilustrações, paratextos, etc)?

– Participam das conversas expressando os efeitos que a leitura lhes produziu, a partir de uma resposta estética e pessoal?

– Comentam e selecionam trechos ou episódios de seu interesse e fundamentam suas preferências?

– Ouvem a opinião dos colegas e opinam sobre o que ouviram?

– Solicitam ao professor a releitura de passagens do texto com algum propósito específico?

Neste final de ano, vale observar se houve ou não mudanças em relação as leituras já feitas, para analisar os progressos do desenvolvimento dos comportamentos leitores de cada estudante e poder assim compartilhar sua análise em relação a isso, fazendo com que comparem com a própria autoavaliação.