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Mitos gregos – Material do professor

Mitos gregos – Material do professor

cesse o material sobre o livro Mitos Gregos e prepare-se para conhece muitas histórias e heróis que fazem parte de nossa tradição.


Mitos gregos: material do professor

Autor: Nathaniel Hawthorne

Editora: Zahar

Talvez nenhuma outra cultura tenha influenciado tanto os povos ocidentais como a cultura grega. Muitos heróis, narrativas e expressões que fazem parte de nossa tradição oral tiveram sua origem nas histórias extraordinárias dos deuses e heróis da mitologia grega.
Nesse livro, o aclamado escritor norte-americano Nathaniel Hawthorne fez uma adaptação primorosa de algumas das principais narrativas gregas, apresentando-as ao jovem leitor.
O texto cuidadosamente traduzido e as imagens originais, criadas por um dos grandes nomes da ilustração do século XIX, tornam essa obra um presente perfeito para todos aqueles que desejam conhecer algumas das mais conhecidas histórias de aventura e coragem que inspiraram muitas outras narrativas contemporâneas.

A proposta – Leitura compartilhada e conversa apreciativa sobre o livro “Mitos gre

Habilidades da BNCC 

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade. 

(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.

(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.

(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto.

Objetivos desta proposta

Espera-se que os estudantes possam:

  • Ler, acompanhar a leitura e apreciar as distintas passagens da história, sem perder o fio condutor da narrativa;
  • Compreender as duas narrativas existentes no livro, a dos mitos gregos que se entrecruzam com a história das crianças e do jovem contador de histórias;
  • Comentar os episódios narrativos, dando opinião e fazendo uma análise crítica a certos acontecimentos, considerando a linguagem literária e os efeitos produzidos pelos recursos linguísticos;
  • Ouvir os comentários dos colegas e se posicionar criticamente diante deles.

Lendo com seus alunos o livro “Mitos gregos”:

Apresentar o livro e explorar tudo o que contém nele pode ser um primeiro momento para conhecer mais a obra. Ler o prefácio, conhecer o autor com a leitura de “Cronologia: vida e obra de Nathaniel Hawthorne” e explorar os conhecimentos dos estudantes sobre os mitos gregos podem engajá-los para os momentos de leitura compartilhada.

Logo na leitura do primeiro mito será possível compreender que há duas narrativas paralelas presentes na história, a de um grupo de crianças e jovens reunidos que pedem a todo momento para Eustace Bright contar uma história e o mito em si, com suas narrativas adaptadas pelo autor para o público jovem. Cada mito é precedido de um cenário e um diálogo entre esses personagens que pedem a narração oral a Eustace e, em seguida, depois do mito, com um comentário que fazem a partir do que ouviram. 

A sugestão é ler esse texto inicial e o próprio mito, conversar sobre ele para saber as impressões dos estudantes e depois ler o que segue, “Depois da leitura”,  justamente porque há alguns comentários dos personagens sobre a narrativa, potentes para complementar ou não os comentários feitos. Promover uma nova discussão a partir de uma fala de personagem pode trazer novos elementos para a reflexão e apreciação. 

Vale organizar e compartilhar com os estudantes uma rotina de leitura, considerando somente a leitura compartilhada, feita em voz alta pelo professor, ou outras como a leitura autônoma, na escola ou em casa, e em pequenos grupos. Em todas essas modalidades de leitura, é sempre essencial garantir uma troca entre os estudantes sobre as impressões que tiveram e o aprofundamento da forma como a linguagem escrita foi empregada, como se deu a construção da narrativa. 

O mito O toque dourado conta a história de Midas, um rei tão avarento e ganancioso que viu sua vida se transformar para pior ao receber um dom de um ser misterioso. Sobre esse ser, vale algumas paradas estratégias durante a leitura para conversar com os estudantes sobre quem ele é. Na página 62, a primeira vez da aparição de um estranho, pergunte a eles: quem vocês acham que é esse estranho? Por se tratar de um mito e de sabermos que nessas histórias há seres fantásticos, quem poderia ser ele? Justificar o pensamento é fundamental para todos compreenderem onde se apoiaram para realizarem tal inferência. Outras passagens para essa discussão a fim de poderem retomar essas ideias iniciais estão na página 63, “A figura do estranho então se fez muito brilhante…” e novamente quando ele aparece depois de ter dado ao rei Midas o dom do toque dourado, na página 72, “… ele subitamente notou um estranho próximo à porta.”

Vale também destacar o narrador dessa história. Sabemos que é Eustace Bright quem está narrando o mito para as crianças e, em alguns trechos, podemos notar uma conversa direta com elas, como ocorre nas páginas 60 “Agora, não preciso refrescar a memória de pessoinhas tão sábias quanto vocês e dizer que há muito, muito tempo, quando…”;  e na página 74 “É óbvio (e creio que vocês pensem o mesmo)…” A conversa é tão direta que o leitor se sente pertencente a esta roda de histórias, o pronome você também faz uma ligação direta com quem está lendo o livro. 

Algumas outras questões podem orientar a conversa em torno do mito:

– Como podemos perceber a avareza do rei? Em que momento da história, essa característica se modifica?

– O mito propõe uma reflexão sobre o que é ser feliz e o quanto o dinheiro traz felicidade. O que pensa sobre isso?

– Depois de ouvir a história, Primavera comentou que tem pessoas com o dom “O toque de Chumbo”. O que isso significa? Quais outros dons poderíamos imaginar?

Conversar sobre o lido e comparar os mitos entre si, sobretudo pelas características dos personagens, pelos conflitos enfrentados por cada um e o resultado de tantos pedidos e desejos egoístas, são excelentes oportunidades de pensar sobre a vida ao mesmo tempo que contribuem para o contato com narrativas que transcenderam o tempo. 

Um desdobramento possível

Os livros selecionados para este mês tiveram como grande propósito oferecer ao leitor a oportunidade conhecer diferentes culturas. Uma possibilidade de trabalho que complemente a história pode ser de investigar para saber mais sobre alguns aspectos da cultura grega, costumes e valores da época, e de outras histórias da mitologia (títulos e personagens). 

Esse estudo pode resultar em um painel da turma para compartilhar com a comunidade escolar o que descobriram. Como outros anos escolares também estão lendo livros que abordam distintas culturas, o resultado das pesquisas pode configurar uma verdadeira mostra dos trabalhos. 

Quer saber mais sobre este livro Mitos gregos? Assista a essa vídeo aula com Dolores Padres, Publisher da revista Emília:

Indicadores de avaliação

Ao longo do ano, os estudantes puderam ter contato com muitas e variadas histórias. Por isso, esse momento é privilegiado para avaliar o percurso leitor tanto do ponto de vista do ensino quanto da aprendizagem. 

Sugerimos que proponha uma autoavaliação para que os estudantes possam tecer comentários dos livros que mais gostaram, dos personagens preferidos, do gênero ou do estilo de um autor que gostariam de ler mais.  Essas conversas sobre o lido, a partir das preferências leitoras, contribui para que cada um tome consciência do percurso trilhado, retomando as experiências que tiveram para compará-las e pensarem em como dar continuidade. 

Além disso, vale uma retomada nos indicadores sugeridos ao longo das leituras para observar o avanço de cada estudante em relação aos comportamentos do leitor. Os indicadores são:

– Antecipam e formulam hipóteses sobre a leitura a partir de diferentes informações (ilustrações, paratextos, etc)?

– Participam das conversas expressando os efeitos que a leitura lhes produziu, a partir de uma resposta estética e pessoal?

– Comentam e selecionam trechos ou episódios de seu interesse e fundamentam suas preferências?

– Ouvem a opinião dos colegas e opinam sobre o que ouviram?

– Solicitam ao professor a releitura de passagens do texto com algum propósito específico?

Neste final de ano, vale observar se houve ou não mudanças em relação as leituras já feitas, para analisar os progressos do desenvolvimento dos comportamentos leitores de cada estudante e poder assim compartilhar sua análise em relação a isso, fazendo com que comparem com a própria autoavaliação.