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Nas garras dos babuínos – Material do professor

Nas garras dos babuínos – Material do professor

Nas garras dos babuínos apresenta a história de uma fêmea que encontra o bebê de Nobamba e quer cuidar dele, em suas garras.


Nas garras dos babuínos: material do professor

Autor: Rogério Andrade Barbosa

Editora: Biruta

Você já ouviu histórias em que bebês humanos vivem com animais e aprendem a viver como eles? Se sua resposta foi afirmativa, pode ser que tenha se lembrado de Mogli e Tarzan, o primeiro foi criado por uma matilha de lobos e o segundo por um gorila. Nas garras dos babuínos, como o próprio título ajuda a pensar, apresenta a história de uma fêmea que encontra o bebê de Nobamba e quer cuidar dele, em suas garras. A mulher conhecia histórias de bebês sequestrados por babuínos e tinha muito medo. Diante do inesperado encontro com a babuína, imediatamente voltou para casa a fim de se proteger, mas a fêmea parecia não querer se afastar. O que mais Nobamba temia aconteceu, seu bebê fora parar junto ao bando de babuínos. O que será que aconteceu com ele? Será que sua mãe conseguirá recuperá-lo?

Uma linda história recontada, da tradição oral do povo Zulu, por Rogério Andrade Barbosa e ilustrada por Maurício Negro. Ambos os artistas com uma vasta experiência na produção de obras com temática africana.

Proposta: Leitura compartilhada e conversa apreciativa sobre o livro “Nas garras dos babuínos”

Habilidades da BNCC:

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.

(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global. 

(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos. 

(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.

(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto.

Objetivos desta proposta:

Espera-se que os estudantes possam: 

– Apreciar a narrativa e conversar sobre as características das personagens, a mãe e a babuíno fêmea.

– Estabelecer relações entre as diferentes culturas, observando e analisando os costumes de um povo;

– Comentar suas impressões pessoais, ouvir os colegas e ser capaz de comentar suas opiniões e pontos de vista;

– Analisar a forma como narrador conta a história e a construção da personagem e os efeitos produzidos.

Lendo com seus alunos o livro “Nas garras dos babuínos”:

Para apresentar o livro aos estudantes, além de apreciarem a capa e saberem mais sobre o escritor e o ilustrador, vale comentar que essa história faz parte da tradição oral do povo Zulu, contada a gerações na África do Sul. Inspirados em uma lenda em que babuínos sequestram crianças, os autores criaram essa narrativa. Explorar a página dupla que mostra ao leitor o local onde essa história é contada pode contribuir para que os estudantes tenham interesse em saber mais sobre essa cultura e região africana. 

Mesmo sendo composta por uma curta narrativa, há títulos que dividem certas passagens da história. Todos eles apresentam uma proximidade com os episódios narrativos daquele trecho, mas nem sempre em uma relação óbvia. Por essa razão, vale conversar com os estudantes a esse respeito. Em  “Não se deve fazer favores a quem paga o bem com o mal”, qual trecho ou acontecimento se relaciona a esse subtítulo?  Você concorda que mãe é mãe em qualquer espécie, assim como está escrito no final da história? 

Há outros aspectos que podem chamar atenção das crianças e abrir espaços para diálogos reflexivos, como: 

– os costumes e crenças do povo retratado na história. Nobamba preparava seu pedaço de terra para que ficasse pronto antes do período da chuva; era quem cuidava do filho sozinha e tinha que trabalhar junto com ele; vivia em uma pequena aldeia, perto de um bando de babuínos. 

–  o fato do marido de Nobamba ter outras esposas pode chamar atenção dos estudantes e vale conversar que existiam e ainda existem muitas sociedades que não tem como princípio a monogamia. 

– a relação da babuína com o bebê e dela com Nobamba. Sem dúvida, o desfecho da narrativa retrata uma das lindas atitudes de uma mãe para com a outra. 

As ilustrações são belíssimas e complementam a experiência que a leitura provoca nos leitores. Observe os traços e as cores empregados, procure saber o que pensam os estudantes sobre elas, que efeito provocam, o que sentem. Dê destaque a algumas delas, principalmente, a da página 08, em que Nobamba é representada com roupas e lenço estampados, pinturas na pele, com um padrão geométrico característico dessas culturas. Além disso, seu bebê atrás, em suas costas, amarrado com um pano também estampado. A outra imagem impactante é a que consta na página 19, que mistura o bebê envolto das mãos de sua mãe, ao mesmo tempo que parece ser um coração. O que ela representa? O que um coração pode significar?

Abra espaço para que teçam comentários opinativos, que ouçam o ponto de vista dos colegas, a forma como cada um observa e pensa as atitudes da mãe e da babuína, e encerre esse momento pedindo que destaquem algum aspecto da obra que tenha mais impactado. 

Um desdobramento possível

Os livros selecionados para este mês tiveram como grande propósito oferecer ao leitor a oportunidade conhecer diferentes culturas. Uma possibilidade de trabalho que complemente a história pode ser de investigar para saber mais sobre alguns aspectos tratados na obra, dentre eles: a cultura do povo Zulu, suas crenças e costumes; a histórias de animais que criam crianças humanas, como Mogli e Tarzan, entre outros interesses dos estudantes. 

Esse estudo pode resultar em um painel da turma para compartilhar com a comunidade escolar o que descobriram. Como outros anos escolares também estão lendo livros que abordam distintas culturas, o resultado das pesquisas pode configurar uma verdadeira mostra dos trabalhos. 

Indicadores de avaliação

Ao longo do ano, os estudantes puderam ter contato com muitas e variadas histórias. Por isso, esse momento é privilegiado para avaliar o percurso leitor tanto do ponto de vista do ensino quanto da aprendizagem. 

Sugerimos que proponha uma autoavaliação para que os estudantes possam tecer comentários dos livros que mais gostaram, dos personagens preferidos, do gênero ou do estilo de um autor que gostariam de ler mais.  Essas conversas sobre o lido, a partir das preferências leitoras, contribui para que cada um tome consciência do percurso trilhado, retomando as experiências que tiveram para compará-las e pensarem em como dar continuidade. 

Além disso, vale uma retomada nos indicadores sugeridos ao longo das leituras para observar o avanço de cada estudante em relação aos comportamentos do leitor. Os indicadores são:

– Antecipam e formulam hipóteses sobre a leitura a partir de diferentes informações (ilustrações, paratextos, etc)?

– Participam das conversas expressando os efeitos que a leitura lhes produziu, a partir de uma resposta estética e pessoal?

– Comentam e selecionam trechos ou episódios de seu interesse e fundamentam suas preferências?

– Ouvem a opinião dos colegas e opinam sobre o que ouviram?

– Solicitam ao professor a releitura de passagens do texto com algum propósito específico?

Neste final de ano, vale observar se houve ou não mudanças em relação as leituras já feitas, para analisar os progressos do desenvolvimento dos comportamentos leitores de cada estudante e poder assim compartilhar sua análise em relação a isso, fazendo com que comparem com a própria autoavaliação.