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O caminho para a casa de barro

O caminho para a casa de barro

Em “O Caminho para a Casa de Barro” o artista plástico gaúcho Xadalu Tupã Jekupé compartilha com os leitores sua história como um indígena. 


Assim como ocorreu em todas as regiões do país, em diferentes graus, os relatos históricos apagaram a herança e a presença das populações indígenas que viviam no Rio Grande do Sul muito antes de qualquer europeu desembarcar no litoral brasileiro. Os esforços para preencher as lacunas da história do estado são muitos e o livro que você tem em mãos é um deles. Em “O Caminho para a Casa de Barro” o artista plástico gaúcho Xadalu Tupã Jekupé compartilha com os leitores sua história como um indígena que, diante do silêncio institucionalizado, teve que tomar a vida nas próprias mãos e descobrir quem foram seus antepassados. Através de uma linguagem poética e figurativa, Jekupé nos convida a reavaliar a imagem do RS que nos foi imposta com base no apagamento dos que ali já estavam.

Quem é o autor de “O caminho para a casa de barro”?

A história do Rio Grande do Sul é muito maior do que a frequente associação às colônias alemã e italiana que ali se estabeleceram faz resumir. Nascido em Alegrete, no interior do estado, Xadalu Tupã Jekupé hoje vive na capital Porto Alegre, cidade grande em que “os prédios cobrem o céu”. Sua origem indígena e a tensão desta com a cultura ocidental é o tema fundamental de seu trabalho, especialmente a cultura e os processos coloniais de catequização dos povos originários da região. Utilizando técnicas como serigrafia, pintura, fotografia e objetos, Xadalu já expôs suas obras em muitas exposições coletivas e individuais, além de ter participado de diversas residências artísticas em países como França, Argentina e Inglaterra. 

Por que escolhemos este livro para enviar aos assinantes do Clube de Leitores A Taba?

Quanto da cultura indígena do Brasil sabemos? Quanto ficou para trás, impossível de ser recuperada após séculos de apagamento e repressão? Tem sido intenso o trabalho das editoras de preenchimento das lacunas simbólicas deixadas pela colonização através da publicação de cada vez mais livros de autores indígenas, que agora encontram um público cada vez mais interessado e engajado em conhecer sua história e repertoriar seus pequenos leitores com sua memória e perspectiva de mundo.