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Os pequenos verdes e outras histórias

Os pequenos verdes e outras histórias

Em “A Polegarzinha”, uma minúscula garota está subordinada à percepção relativa da beleza, pois para alguns ela é a criatura mais bonita do mundo, enquanto para outros é uma figura feia e sem graça. Esse drama é bem parecido com o de outro conhecido personagem do próprio Andersen, o Patinho Feio. O conto que dá título ao volume está no final, é acima de tudo uma bela reflexão acerca da finalidade dos contos de fadas, melhor sentida pelos leitores da gélida Dinamarca, mas perfeitamente compreendido pelos leitores dos trópicos.


Resenha
A prodigiosa imaginação de Hans Christian Andersen produziu clássicos como “A princesa e a ervilha”, “A menina dos fósforos” e “Os novos trajes do Imperador”. Esses e outros contos maravilhosos integram esta coletânea, que tem como um atrativo a mais a apresentação dos textos em versão integral traduzidos diretamente do dinamarquês. As histórias de Andersen contêm dramas complicados que encaminham as narrativas para direções surpreendentes. Os temas giram em torno do desejo de aventura, da sensação de deslocamento dos seres em virtude de suas aparências, das prisões que aniquilam os dons naturais para satisfazer o egoísmo de um único contemplador. Em “A Polegarzinha”, uma minúscula garota está subordinada à percepção relativa da beleza, pois para alguns ela é a criatura mais bonita do mundo, enquanto para outros é uma figura feia e sem graça. Esse drama é bem parecido com o de outro conhecido personagem do próprio Andersen, o Patinho Feio. O conto que dá título ao volume está no final, é acima de tudo uma bela reflexão acerca da finalidade dos contos de fadas, melhor sentida pelos leitores da gélida Dinamarca, mas perfeitamente compreendido pelos leitores dos trópicos.
Trecho do livro
“Depois, todos os besouros que moravam na árvore vieram fazer uma visita. Eles olharam para Polegarzinha e as donzelas torciam as antenas, dizendo:
— Ela só tem duas pernas, que coisa mais ridícula! Ela não tem antenas! – exclamavam.
– Sua cintura é tão fininha, eca! Ela parece um ser humano! Como ela é feia!”
P. 41