Dicas de Livros | Blog A Taba

Não é nada fácil expressar emoções e sentimentos, não é mesmo? Imagine para as crianças, que estão desenvolvendo a habilidade de reconhecer sensações e lhes faltam palavras para descrições, dado o vocabulário em formação. Em Ranheta, ruge, rosna,  a escritora bell hooks (que sempre preferiu que seu nome fosse escrito em minúsculas para que o leitor focasse sua atenção na mensagem, e não na autora), convida seus leitores a vivenciar sentimentos que, acompanhados das ilustrações de Chris Raschka, ajudam a promover a educação sentimental dos pequenos leitores. Promover o letramento emocional é uma das tarefas fundamentais do ato de educar e o contato com a literatura infantil é de grande valia na hora de falar sobre sentimentos com os pequenos, já que o livro pode dar início a uma rica conversa. 

Quem são os autores de Ranheta, ruge, rosna?

Gênero, raça e classe. Esses são os conceitos que guiaram a vida e a obra da escritora e ativista social norte-americana bell hooks (1952 – 2021), uma das vozes mais poderosas do século XX. Nascida em uma comunidade segregada no Kentucky, no sul dos Estados Unidos, bell estudou literatura inglesa e se tornou professora universitária, onde refletiu sobre a intersecção entre feminismo, classes sociais, e racismo. 

O norte-americano Chris Raschka coleciona prêmios por seu trabalho como ilustrador de livros voltados para crianças, tendo recebido a medalha Caldecott três vezes. Filho de uma austríaca, foi vivendo na Alemanha quando criança que Chris se encantou por livros ilustrados, começou a desenhar e acabou transformou sua vocação em trabalho.

Porque escolhemos este livro para enviar aos assinantes do Clube de Leitores A Taba?

bell hooks foi uma pensadora de seu tempo, trabalhando sempre com conceitos complexos como capitalismo e feminismo sob uma perspectiva social e global. Curiosamente, em seus trabalhos de literatura infantil, ela se volta para dentro, para o universo interno de cada indivíduo, trazendo temas como identidade e sentimentos.

Neste livro, o leitor passa junto à personagem por um processo de identificação de um sentimento ruim, seguido por formas de regulá-lo e ressignificá-lo, habilidade essencial para o convívio saudável em sociedade, para o desenvolvimento da empatia e da formação emocional.