Zoo
Nesse belíssimo livro de imagens, o espanhol Jésus Gabán cria desenhos que remetem ao sonho e convidam à reflexão sobre nossa relação com a natureza. A cada dupla de páginas, um novo universo de cores e detalhes se apresenta ao leitor que parece estar dentro de cada um dos ambientes, compartilhando a experiência de olhar e ser olhado.
Resenha
Se você já visitou um Zoológico, provavelmente teve a sensação de não ser o único observador presente.
Ao olhar os animais dentro das jaulas, talvez você também tenha notado a curiosidade de cada um deles a seu respeito. Afinal, quem seriam esses seres chamados humanos?
Nesse belíssimo livro de imagens, o espanhol Jésus Gabán cria desenhos que remetem ao sonho e convidam à reflexão sobre nossa relação com a natureza. A cada dupla de páginas, um novo universo de cores e detalhes se apresenta ao leitor que parece estar dentro de cada um dos ambientes, compartilhando a experiência de olhar e ser olhado.
(Resenha produzida pela equipe A Taba, especialmente para o exclusivo Mapa de Exploração da obra.)
Como foi a nossa leitura?
Quando o recebi em casa pela A Taba, pensei que seria um baita de um desafio!
Levei o livro para ler no hospital. Lá, encontrei uma menina de 10 anos com sua mãe que aguardava o médico chamar para avaliar seus exames.
Então começamos a observar as páginas. A menina era muito tímida, pouco falava. A mãe insistia que ela respondesse o nome dos bichos nas figuras. Mas, ela gostou mesmo foi de procurar onde estava escondido o menino que se disfarçava e imitava alguns animais.
Então veio a primeira dúvida: Que bicho é esse escondido entre as árvores, galhos e folhas nas páginas 8 e 9 ?
Será um alce, um veado, uma rena?
Depois, de olhar todas as imagens, uma dúvida persiste: o que fazem esses animais parados nas primeiras páginas, olhando para o leitor como se tivessem posando para uma foto? Estão observando ou sendo observados?
Essa pergunta fica suspensa em quase todo o livro, até que, nas páginas finais, alguns animais começam a correr, pular, andar e voar na mesma direção. Parece que alguém abriu a gaiola, a jaula… e todos tiveram a mesma ideia: ser livre.
Já li alguns textos em defesa dos animais, principalmente daqueles que ainda vivem no circo. Hoje também faço parte do grupo de pessoas que defende o fim dos zoológicos. Com tantas tecnologias disponíveis para estudos de animais, alimentos, comportamentos dos animais, não precisamos prender um animal ou 12.600 animais por toda suas vidas somente para observação e estudo.