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Dia da mulher: o que esperamos para nossas meninas

Dia da mulher: o que esperamos para nossas meninas

Como a literatura infantil pode ajudar a construir um mundo mais justo para as nossas meninas é a reflexão da Taba para o Dia da Mulher.


No dia 8 de março celebra-se o dia da mulher. Há muitas explicações para a origem da data. Todas têm em comum o fato de que para ser mulher é preciso lutar para ter os direitos básicos garantidos. A data é celebrada há mais de um século e a sensação é de que ainda há muito a fazer. Alguns direitos foram sim, conquistados, como o de votar, em 1932 aqui no Brasil. Mas em muitos pontos o que vemos, senão estagnação, é retrocesso.

No ritmo que estamos, a igualdade de gênero nos mais altos cargos de poder levará 130 anos, segundo a ONU. O tema da campanha deste ano para celebrar a data é a “igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”. É a partir da equiparação que as nossas meninas irão conquistar mais espaço, garantir direitos e construir a vida que desejam e merecem.

O Índice de Gênero do ODS, relatório global avalia a evolução dos países em metas e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU mostra que o Brasil está bem longe de alcançar as metas. Menos de um quarto das 144 nações avaliadas no relatório está fazendo progressos rápidos e um em cada três países não está fazendo nenhum progresso ou está indo na direção errada. O Brasil ocupa a 78.ª posição no ranking, atrás de vizinhos como Uruguai (31.º), Argentina (44.º), Chile (49.º) e Paraguai (74.º).

Quando se fala em igualdade de gênero, a imagem presente no inconsciente coletivo é a das mulheres ocupando cargos no alto escalão. Mas a diferenciação começa já na infância. Aquela fala “inocente” de que azul é cor de menino e rosa de menina, coloca o peso de 8 horas a mais de trabalho nas costas das meninas, quando elas se tornarem adultas. Sabe aquela “jornada dupla”? Então, ela começa bem antes da maioridade. Este vídeo produzido pela ONG Plan International, defende os direitos das crianças, adolescentes e jovens, com foco na igualdade de gênero ilustra bem o tema:

A pesquisa Por ser menina (2021), produzida pela ONG revela a percepção de jovens do Brasil sobre o que é ser menina. Embora 85,7% das meninas consideram que são felizes por serem meninas/mulheres, elas também enfatizam que o cotidiano envolve enfrentar barreiras, desafios e ter que se submeter a situações difíceis. Há, entre as declarações, visões positivas sobre a força da mulher, não como uma força apenas para enfrentar as dificuldades, mas como alicerce da nossa sociedade e motor da mudança. E o mais significativo: nossas meninas não perderam a vontade de sonhar, esperançar.


“Eu me imagino adulta, médica, empregada, com a minha casa própria, com um futuro brilhante, podendo viajar para todos os lugares que eu quiser. Meu sonho é ter uma vida que mesmo morta eu goste de lembrar.”

menina de 15 anos, de Manaus

A literatura infantil e o dia da mulher

A literatura mantém nossa capacidade de fabular, imaginar mundos possíveis, conhecer outros pontos de vista, ter empatia. Sonhando somos capazes de construir realidades. É aí que a literatura infantil entra também como aliada da igualdade de gênero. Que mundos as meninas podem criar para si e para outros a partir do contato com a leitura na infância?

dia das mulheres

São muitas as mulheres envolvidas na criação, circulação e mediação de livros para a infância. A última pesquisa Retratos da Lietura mostra que as maiores responsáveis pela formação leitora são professores, mães ou responsáveis do sexo feminino.

Momentos de leitura antes de dormir, depois de muito trabalho fora e dentro de casa, quando as mulheres estão exaustas, mas não deixam de atender ao apelo do “lê de novo” entram nessa conta. O resultado é colhido lá na frente: crianças que tem contato com a literatura aprendem mais e melhor, entre outros benefícios.

A representatividade faz parte da garantia de espaço igualitário para todos. No campo da literatura, iniciativas como o Leia Mulheres valoriza a produção intelectual feminina. Aqui na A Taba nossa curadoria tem esse olhar com relação à literatura infantil. “Preocupamo-nos em oferecer às crianças diferentes representações do que é a experiência humana. Para que possam se reconhecer em alguns personagens e descobrir novas formas de viver e pensar a partir de outras vozes. Acreditamos que a literatura é um poderoso instrumento para ver com os olhos do outro. E que essa é uma condição fundamental para o desenvolvimento da empatia”, explica Denise Guilherme, idealizadora da A Taba.

As mulheres seguem resistindo e construindo mundos possíveis para si e para suas crias por meio de pensamento crítico e arte, apresentando às crianças livros infantis que amplificam a potência da infância. Aqui no blog já publicamos diversos textos sobre os livros e as mulheres incríveis que os colocaram no mundo. Deixo aqui um compilado.

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